Primeiro-ministro do país qualificou a ação de
ato ilegal
Segundo emissoras locais, aviões-caças
sobrevoam em baixa altitude | Foto: Yasin Akgul / AFP / CP
* Com
informações da AE e da Agência Brasil
O
exército turco informou nesta sexta-feira ter tomado o poder na Turquia, o que
o primeiro-ministro, Binali Yildirim, qualificou de um ato ilegal, evitando, a
princípio, mencionar a palavra golpe. "O poder no país foi
tomado em sua integralidade", destacou um comunicado militar lido na
emissora NTV, sem dar maiores detalhes. O site do exército não estava
disponível no momento do anúncio.
"O
general Hulusi Akar, chefe do estado maior do exército, é mantido refém pelos
militares golpistas, que tentam um levante", noticiou a agência
pró-governamental Anatolia. O secretário de Estado americano, John Kerry,
que está em Moscou, onde negocia os termos de uma possível trégua na Síria,
disse esperar que a paz e a "continuidade" reinem na Turquia.
Mais
cedo, o premiê turco havia denunciado o que chamou de uma "tentativa
ilegal" de ação por parte de elementos do exército turco, depois que
pontes foram parcialmente fechadas em Istambul e caças sobrevoaram Ancara
a baixa altitude.
"Estamos
trabalhando com a possibilidade de uma tentativa [de ação ilegal]. Nós não
vamos permitir esta tentativa", declarou Yildirim, por telefone, à
emissora de televisão NTV, sem detalhar a natureza desta ação.
"Aqueles
que participam deste ato ilegal vão pagar um preço alto", garantiu o
premiê, minimizando o episódio - segundo ele não seria correto descrever esta
ação como um "golpe".
A
imprensa turca fazia alusão a "uma tentativa de golpe de Estado" e a
emissora CNN-Türk reportou uma mobilização "extraordinária" em frente
à sede do estado maior do exército. A TV mostrou, ainda, imagens de
tanques mobilizados do lado de fora do aeroporto internacional Ataturk, em
Istambul.
Forças de
segurança turcas fecharam parcialmente, nesta sexta-feira, as duas pontes que
cruzam o Estreito de Bósforo, em Istambul, enquanto
aviões-caça sobrevoavam Ancara a baixa altitude, reportaram emissoras
locais e correspondentes da AFP.
As pontes
Bósforo e Fatih foram fechadas ao tráfego no sentido Ásia-Europa pela
gendarmeria - um braço do Exército turco dedicado à segurança interna -,
noticiou a emissora NTV. O tráfego no sentido contrário fluía normalmente.
Erdogan
foi primeiro-ministro até 2014, mas no fim de seu mandato foi eleito
presidente, mantendo o poder em suas mãos, apesar de a Turquia ser
parlamentarista. Nos últimos meses, vinha tentando emplacar uma mudança para o
regime presidencialista, o que lhe deria ainda mais força. Segundo a emissora
"CNN", apesar do golpe, ele se encontra a salvo.
AFP
Correio do Povo
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