Paralisação do funcionalismo público deve
afetar transporte, comércio e serviços
Mobilização dos setores ocorrerá entre 6h e 21h
| Foto: Alina Souza
As
entidades de classe da Segurança Pública estão alertando a população gaúcha
para que não saia de casa na próxima quinta-feira, quando ocorrerá uma
paralisação das categorias do setor e também do restante do funcionalismo
público estadual. O comércio está sendo também orientado para não abrir as
portas e que os pais não levem os filhos às escolas. O apoio do transporte
coletivo, via suspensão das operações, foi ainda recomendado.
A
mobilização, que ocorrerá entre 6h e 21h, é um protesto sobretudo contra o
parcelamento dos vencimentos. Em carta aberta, o Bloco da Segurança Pública
denunciou uma “política de desmonte dos serviços públicos” pelo governo e
considerou que a “situação é insustentável”.
Além da
paralisação, uma operação padrão está sendo realizada desde a
sexta-feira e deve durar até o pagamento integral dos salários. Na Polícia
Civil, por exemplo, as operações foram suspensas e apenas casos mais graves
estão sendo atendidos nas delegacias. Já na Brigada Militar, a ordem é não colocar
nas ruas viaturas ou equipamentos de proteção e armamento que estejam com
problemas de manutenção ou documentação.
O
presidente da Ugeirm Sindicato, que representa os policiais civis, Isaac Ortiz,
justificou a paralisação diante dos prejuízos sofridos pelos servidores com o
pagamento parcelado dos salários. Em relação à primeira parcela, inferior a R$
1 mil, ele considerou como “um deboche”.
Sobre o
pedido para a população não sair às ruas, o dirigente explicou que “o momento
atual já é de muita violência” e, em consequência disso, deve se agravar ainda
mais com a ausência nas ruas do pouco efetivo de policiais civis e militares
que existe em atividade. “O plano estadual de segurança pública do governo não
saiu do papel”, lembrou.
Já o
presidente da Abamf, que representa os policiais militares, Leonel Lucas, disse
que nunca havia visto “um desrespeito tão grande do governo com os servidores”.
Para ele, o parcelamento está gerando situações dramáticas, como muitos
policiais militares sem qualquer dinheiro para manter suas famílias. “Tem
brigadiano que não recebeu nada pois foi descontado pelo banco”, revelou. O
dirigente afirmou ainda que as estratégias para a paralisação estão sendo
discutidas até a próxima quinta-feira.
Na carta
aberta do Bloco de Segurança Pública, que tem a participação também de
servidores do Instituto Geral de Perícias e Superintendência dos Serviços
Penitenciários, é questionado o Poder Judiciário por não fazer “cumprir sua
decisão que proíbe o parcelamento salarial”. Para as entidades de classe, não é
possível que “homens e mulheres que arriscam suas vidas na proteção da
sociedade gaúcha, tenham que se submeter a tamanho vexame e humilhação frente
ao novo parcelamento de salários”.
Fonte:
Correio do Povo
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