Um dos suspeitos teria encomendado uma AK 47,
segundo ministro Alexandre de Moraes
Dez são presos por atos preparatórios de
terrorismo nos Jogos Olímpicos | Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil / CP
* Com
informações da AFP
Dez pessoas foram presas nesta quinta-feira durante a primeira
operação da Polícia Federal (PF) baseada na lei antiterror. O ministro da
Justiça e da Cidadania, Alexandre de Moraes, confirmou que o grupo foi detido por iniciar atos preparatórios para
realizar ataques terroristas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Os
suspeitos detidos não haviam definido o alvo e foram localizados em 10
estados.
"Prendemos
essas pessoas a partir do nosso rastreamento. Identificamos esses suspeitos,
que faziam simples comentários de atentados e agora se preparavam para um
ataque. Eles saíram daquele estado de quase apologia para um status de atuação.
A partir de uma solicitação de uma AK 47 a um site de armas do Paraguai nós
decidimos agir", disse Alexandre de Moraes.
Conforme
o ministro, alguns integrantes do grupo realizaram contato via internet com
pessoas ligadas ao Estado Islâmico. "Eles entraram em contato e fizeram
inclusive um juramento. A partir disso, toda situação foi progredindo até essa
solicitação da arma. Não temos a informação de que o armamento tenha chegado às
mãos do suspeito, mas a tentativa de compra já demonstra um ato
preparatório", explicou.
Durante o
monitoramento do grupo, o serviço de inteligência brasileiro encontrou
comentários em que os suspeitos comemoram o atentado contra uma boate em Orlando, nos
Estados Unidos, e o ataque terrorista feito em Nice,
na França. "Cumprimos mandado de busca e apreensão e confiscamos
celulares, computadores e outros equipamentos. Há ainda duas pessoas que não
foram encontradas, mas já foram rastreadas", completou Alexandre de
Moraes.
Probabilidade
mínima
Apesar
das prisões, o ministro disse que o risco de um ataque terrorista no Brasil
durante as Olimpíadas não aumentou. "O risco continua sendo o mesmo. Há
uma probabilidade mínima de que haja um ato terrorista nas Olimpíadas no
Rio", disse.
"Informações
obtidas, dentre outras, a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos,
revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de
gênero e religiosa, bem como o uso de armas e táticas de guerrilha para
alcançar seus objetivos", disse em um comunicado a justiça de Curitiba,
que decretou as ordens de prisão.
"A
intervenção da polícia se tornou necessária quando abandonaram aquela ideia de
que o Brasil era um país neutro sem vinculação ao EI. Isso mudou pelas
Olimpíadas porque o Brasil ia receber muitos estrangeiros", explicou
o ministro da Justiça.
Outras
duas pessoas foram conduzidas de maneira coercitiva a depor ante a polícia, mas
não foram detidas, disse o ministério da Justiça em um comunicado. Também foi
apreendido muito material em diversas operações de busca.
A
operação policial, chamada de "Operação Hashtag", foi realizada por
130 agentes em 10 estados, incluindo Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
"Nós
não vamos esperar um milímetro de ato preparatório, mesmo de uma célula
desorganizada com essa" para realizar prisões, disse Moraes.
Fonte:
Correio do Povo
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