segunda-feira, 18 de julho de 2016

Iraí: Kaingangs reivindicam área pertencente à UFSM

Grupo de 200 indígenas de várias comunidades da região ocuparam estrutura de antigo colégio agrícola, em Iraí

   Fotos - Márcia Sarmento

Por: Redação do Jornal Folha do Noroeste

Uma nova comunidade Kaingang pode estar sendo formada em Iraí. Desde às 10 horas de domingo, 17, um grupo formado por cerca de 200 índios de cidades como Iraí, Vicente Dutra, Ronda Alta e de outras cidades no entorno do Rio da Várzea ocuparam área pertencente à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O local, com aproximadamente 90 hectares, fica às margens do KM 11 da BR-386, e abriga a estrutura que antes sediou um colégio agrícola, desativado desde a década de 1990.

Conforme o coordenador político do movimento indígena, que é também o cacique Kaingang de Vicente Dutra, Luis Salvador, a intenção é conseguir a demarcação da área como terra indígena, protegendo o local que estava abandonado e é rico em área verde. “Queremos que o governo crie um grupo técnico, com antropólogos, para proceder com a demarcação. Sabemos que no país a única forma de obter os direitos dos índios é por meio da mobilização”, afirma.

No final da tarde desta segunda-feira, 18, os Kaingangs devem anunciar a nova liderança indígena que responderá pelo local. A meta dos índios é tornar a ocupação moradia definitiva. “Estamos agindo com tranquilidade, está tudo calmo com os moradores próximos, que já nos forneceram água. E nesta terça-feira devemos ter alguma posição da universidade”, acrescenta Salvador.

Atualmente, 46 famílias Kaingangs – 219 pessoas – residem em reserva de 2 hectares, em Vicente Dutra. Portaria do Ministério da Justiça, de 2004, declara como terra indígena, 715 hectares no município, compreendendo áreas agricultáveis e pertencentes a um empreendimento turístico. Com a demarcação já realizada pela Funai, o problema gira em torno da indenização das terras – as benfeitorias não estariam incluídas para pagamento, o que gerou vários conflitos – às mais de 70 famílias de produtores rurais que vivem nesta área.

A universidade informou à reportagem do jornal Folha do Noroeste, que está tomando as medidas cabíveis junto à Funai e órgãos federais.






Fonte: Folha do Noroeste
Fotos: Márcia Sarmento

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