terça-feira, 20 de novembro de 2018

Homem é condenado a 28 anos de prisão por matar e concretar corpo da mãe

Réu negou o crime e afirmou que a mãe se feriu ao cair no chão

Ricardo Jardim (à direita) foi condenado a 28 anos de reclusão | Foto: Alina Souza
   Ricardo Jardim (à direita) foi condenado a 28 anos de reclusão | Foto: Alina Souza

A juíza de Direito Karen Luise Vilanova Batista de Souza Pinheiro condenou, na noite desta segunda-feira, o publicitário Ricardo Jardim a 28 anos de prisão por matar a mãe, Vilma Jardim, e por ocultar o cadáver em 2015 no bairro Boa Vista, em Porto Alegre. O homem de 59 anos concretou o corpo da vítima, que na época do crime estava com 76 anos, dentro de um armário. A sentença foi dividida em 27 anos pela morte da mãe e mais um ano de detenção por posse ilegal de arma. O julgamento começou na manhã desta segunda na Vara do Júri do Foro Central da Capital.

A acusação ficou com a promotora de Justiça Luciane Wingert e a defesa ficou a cargo do advogado Renato Andrade Ferreira. “A motivação, dentre outras, foi o uso de patrimônio e valores que a mãe deixou em razão da morte do marido, pai do réu. As provas são incontáveis”, afirmou. “O relacionamento dele com os demais familiares nunca foi bom”, observou. A defesa não deu entrevistas.

O publicitário estava recolhido ao sistema carcerário desde que foi preso, em 29 de maio de 2015. Na ocasião foi flagrado com um revólver calibre 32. A mãe dele estava desaparecida desde o mês de abril. O filho foi considerado envolvido no desaparecimento desde o início.

Mudança de comportamento

A desconfiança dos agentes aumentou após vizinhos relatarem que o comportamento do publicitário havia mudado pois, apesar de não trabalhar, começou a adquirir bens. O pai do réu morreu em dezembro de 2014 e deixou uma herança de R$ 400 mil em apólices de seguro.

Após o assassinato da mãe, Jardim deixou o corpo de Vilma embaixo da cama por uma semana. Mandou fazer um armário e colocou o corpo, enrolado em cobertor, lona plástica, concretando-o em seguida dentro do móvel.

O réu negou a autoria do crime. Ele disse que a mãe parecia fora de si após uma discussão entre ambos, em que ele a acusou de ter envenenado o pai. Ela, segundo Jardim, foi até a cozinha, pegou um faca e retornou à sala. Neste momento, e teria desferido golpes contra o pescoço e cabeça. Em seguida, teria caído para trás. Ele afirmou que não contou a ninguém, pois as pessoas não acreditariam.


Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário