Ricardo Jardim (à direita) foi condenado a 28
anos de reclusão | Foto: Alina Souza
A juíza de Direito Karen Luise Vilanova Batista
de Souza Pinheiro condenou, na noite desta segunda-feira, o publicitário Ricardo
Jardim a 28 anos de prisão por matar a mãe, Vilma Jardim, e por ocultar o cadáver em 2015 no bairro
Boa Vista, em Porto Alegre. O homem de 59 anos concretou o corpo da vítima, que
na época do crime estava com 76 anos, dentro de um armário. A sentença foi
dividida em 27 anos pela morte da mãe e mais um ano de detenção por posse
ilegal de arma. O julgamento começou na manhã desta segunda na Vara do Júri do Foro
Central da Capital.
A acusação ficou com a promotora de Justiça
Luciane Wingert e a defesa ficou a cargo do advogado Renato Andrade Ferreira.
“A motivação, dentre outras, foi o uso de patrimônio e valores que a mãe deixou
em razão da morte do marido, pai do réu. As provas são
incontáveis”, afirmou. “O
relacionamento dele com os demais familiares nunca foi bom”, observou. A defesa
não deu entrevistas.
O publicitário estava recolhido ao sistema
carcerário desde que foi preso, em 29 de maio de 2015. Na ocasião foi flagrado
com um revólver calibre 32. A mãe dele estava desaparecida desde o mês de
abril. O filho foi considerado envolvido no desaparecimento desde o início.
Mudança de comportamento
A desconfiança dos agentes aumentou após vizinhos
relatarem que o comportamento do publicitário havia mudado pois, apesar de não
trabalhar, começou a adquirir bens. O pai do réu morreu em dezembro de 2014 e
deixou uma herança de R$ 400 mil em apólices de seguro.
Após o assassinato da mãe, Jardim deixou o corpo
de Vilma embaixo da cama por uma semana. Mandou fazer um armário e colocou o
corpo, enrolado em cobertor, lona plástica, concretando-o em seguida dentro do
móvel.
O réu negou a autoria do crime. Ele disse que a
mãe parecia fora de si após uma discussão entre ambos, em que ele a acusou de
ter envenenado o pai. Ela, segundo Jardim, foi até a cozinha, pegou um faca e
retornou à sala. Neste momento, e teria desferido golpes contra o pescoço e
cabeça. Em seguida, teria caído para trás. Ele afirmou que não contou a
ninguém, pois as pessoas não acreditariam.
Correio do Povo
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