Programa Mais Médicos conta com 11 mil cubanos
| Foto: Karina Zambrana /ASCOM/MS
Cuba rechaçou nesta quarta-feira as modificações
do programa Mais Médicos, anunciadas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e
suspendeu a participação de seus profissionais. Com a decisão, mais de 11 mil
médicos devem deixar o Brasil e retornar para o país de origem.
"O Ministério de Saúde Pública de Cuba tomou
a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e assim
comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e aos líderes
políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", diz o
texto.
O retorno dos médicos foi solicitado após
Bolsonaro questionar a preparação dos especialistas."Não é aceitável que
se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores
cubanos que, com o apoio de suas famílias, prestam serviços atualmente em 67
países", declarou o governo.
Em diferentes ocasiões durante sua campanha
eleitoral, Bolsonaro anunciou que suspenderia esse programa com a Opas e Cuba e
que seu governo contrataria individualmente médicos que desejassem permanecer
no Brasil. "As modificações anunciadas impõem condições inaceitáveis e
violam as garantias acertadas desde o início do Programa", diz o texto
oficial cubano, acrescentando que "não é aceitável questionar a dignidade,
o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos". O
comunicado considera que as declarações de Bolsonaro têm "referências
diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos".
Criado em 2013, o Programa Mais Médicos ajuda a
enfrentar o problema da má distrubição de médicos pelo país e para aprimorar a
Atenção Básica no Brasil, principalmente nas regiões mais carentes. De acordo
com o Ministério da Saúde, cerca de 63 milhões de pessoas foram
atendidas em 73% dos municípios brasileiros nos primeiros dois anos do programa.
Correio do Povo e AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário