Jovem que afirmara ter jogado recém-nascido em
vaso e puxado descarga depôs em Porto Alegre, reforçando hipótese de a criança
estar viva
Jovem depôs na 2ª delegacia da Polícia Civil de
Porto Alegre nesta segunda-feira - Adriana
Franciosi / Agencia RBS
As suspeitas da Polícia Civil de que estaria vivo um bebê nascido
em abril, em Santiago, e que foi declarado morto à época, ganhou força nesta segunda-feira
a partir de um novo depoimento da própria mãe, uma jovem de 25
anos.
A mulher depôs na 2ª delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre e confessou ter saído de casa logo depois de dar à luz,
deixando o bebê vivo no chão de um quarto, sobre um lençol. Ao retornar, horas
depois, a criança havia sumido.
A polícia e o Ministério Público investigam se a criança foi adotada por
moradores de Santiago. Até domingo, a mãe sustentava que o bebê estava morto, e
que ela havia jogado o corpo no vaso sanitário e puxado a descarga.
No depoimento desta segunda-feira, a mulher disse que deu essa versão por ter sido "muito pressionada pela polícia" de Santiago. Ela disse a ZH que policiais a acusavam de ter matado o bebê e ela, por não saber como justificar a falta do corpo, inventou a versão.
Veja também: Suposto esquema de adoção em Santiago na mira do MP
A jovem foi trazida para Porto Alegre na manhã de ontem pelo advogado contratado para defendê-la da acusação de ter matado o recém-nascido. Ela foi levada ao escritório do advogado Leudo Costa, que vinha acompanhando o caso à distância. Foi Leudo que a encaminhou para depor na 2ª DP.
No depoimento desta segunda-feira, a mulher disse que deu essa versão por ter sido "muito pressionada pela polícia" de Santiago. Ela disse a ZH que policiais a acusavam de ter matado o bebê e ela, por não saber como justificar a falta do corpo, inventou a versão.
Veja também: Suposto esquema de adoção em Santiago na mira do MP
A jovem foi trazida para Porto Alegre na manhã de ontem pelo advogado contratado para defendê-la da acusação de ter matado o recém-nascido. Ela foi levada ao escritório do advogado Leudo Costa, que vinha acompanhando o caso à distância. Foi Leudo que a encaminhou para depor na 2ª DP.
O depoimento durou duas horas e meia. Por entender que sua cliente corre
riscos em Santiago, Leudo vai mantê-la na Capital. Ele também solicitará à
chefia da Polícia Civil que transfira a investigação para Porto Alegre, já que em
Santiago não há delegacia especializada em assuntos de criança.
A mulher também reconheceu na 2ª DP, por foto, um homem que teria
conversado com ela na noite do nascimento, quando ela saiu da casa da mãe e foi
até a sua residência, onde pegaria roupas. O homem estaria indo visitar uma
pessoa que mora nos fundos da casa da jovem e pode ter sido quem pegou o bebê.
A mulher contou no depoimento que quando estava na residência, entrou em
trabalho de parto, tendo o bebê no chão do quarto. Ela afirma que depois disso
saiu da casa, deixando o recém-nascido sozinho, e voltou para a casa da mãe.
Ela detalhou na 2ª DP que ao deixar a casa "encostou um fogão na porta dos
fundos e saiu pela porta da frente, trancando com chave."
Isso teria ocorrido na madrugada do dia 11 e ela teria retornado ao
local por volta das 10h30min da manhã, constatando que a criança sumira. Antes
de depor na Capital, a mulher disse a Zero Hora não saber explicar o motivo de
ter abandonado o recém-nascido.
_ Tenho outros filhos, todos nasceram no hospital. Não sei o que me
deu _ disse.
A jovem também admitiu que não fez pré-natal, pois tentava esconder a
gravidez de vizinhos:
_ Iam falar que a outra (a filha de um ano e dois meses) nem tinha
crescido e eu já estava grávida de novo.
Foi pelo fato de ter escondido a gravidez que ela também teria evitado
falar sobre o nascimento e o sumiço. A mulher foi chamada pela polícia em
Santiago depois de vizinhos denunciarem que uma criança havia nascido e teria
sido morta. A jovem, que não trabalha e recebe R$ 230 mensais do bolsa-família,
tem filhos de 10, de oito, de quatro, de dois e de um ano e dois meses.
O fato dela ter aparecido com dinheiro para contratar um advogado em
Santiago para defendê-la da acusação de ter matado a criança chamou a atenção da
polícia. Ela teria gasto R$ 3 mil com a defesa. Para ZH, ela disse ontem que
foram R$ 1,5 mil, oriundos de um empréstimo bancário feito por sua mãe, que
também não trabalha.
Fonte: Adriana Irion | ZERO HORA
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