Felipe e Marcela, filhos adotivos da empresária
Ernestina Herrera de Noble (Foto: AP)
As amostras de DNA dos filhos adotivos da diretora do Clarín, o grupo multimídia mais poderoso da Argentina, se mostraram incompatíveis com as das famílias de pessoas desaparecidas entre 1975 e 1976, quando nasceram os irmãos, segundo informaram seus advogados nesta sexta-feira (15).
Jorge Anzorreguy, advogado de Marcela e Felipe Noble Herrera, os filhos de Ernestina Herrera de Noble, a diretora do Clarín, explicou em declarações à televisão local que nesta sexta a Justiça notificou as partes sobre o resultado dos testes.
Para o advogado "é mais que razoável que se dite uma finalização à causa", iniciada há mais de dez anos, porque, segundo publica o Clarín, Marcela e Felipe foram entregues à diretora do grupo multimídia em maio e julho de 1976.
"O resultado deixou claro que Marcela e Felipe não são filhos de pessoas desaparecidas nesse ano e é impossível que o sejam de casos posteriores a 1976, já que desde maio e julho desse ano os irmãos, então bebês, viveram com Ernestina Herrera de Noble, depois que a Justiça outorgou a ela a guarda de ambos", indica o diário em sua edição digital.
Após se recusarem durante anos, Marcela e Felipe se apresentaram em 24 de junho para submeterem-se voluntariamente à coleta de sangue para que seus perfis fossem comparados com os conservados no Banco Nacional de Dados Genéticos da Argentina, criado graças ao trabalho das Avós da Praça de Maio com a finalidade de contribuir para identificar vítimas da ditadura.
Os irmãos, que sempre asseguraram que sua adoção foi legal, denunciaram em diversas ocasiões que se sentem vítimas de uma "perseguição" e "presas dos ataques" do governo de Cristina Kirchner, que trava uma disputa com o Clarín.
As Avós da Praça de Maio sustentavam que havia suspeitas de que os dois jovens, que não têm parentesco entre si, podiam ser filhos de desaparecidos, cujos perfis genéticos foram fornecidos por parentes que buscam crianças apropriadas ilegalmente durante a ditadura.
Calcula-se que cerca de 500 bebês foram roubados de seus pais durante a última ditadura militar na Argentina, que causou o desaparecimento de mais de três mil pessoas.
Fonte: Da EFE / G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário