sábado, 2 de julho de 2011

Cidade de MT com 2 mil moradores tem a 21ª maior renda média do país

     O município mato-grossense de Santa Rita do Trivelato, a 445 quilômetros de Cuiabá, se destacou nacionalmente entre as cidades com maior rendimento mensal per capita. Com uma distribuição média de R$ 1.359,78 por habitante, a cidade ocupou a 21ª colocação no país. No âmbito estadual, Santa Rita liderou o ranking se posicionando a frente da capital, que teve uma média de R$ 1.144,99/per capita. Na outra ponta, Porto Estrela, a 198 km de Cuiabá, apresentou o pior desempenho do estado, com renda média de R$ 385,99 por habitante.    Os números fazem parte do levantamento “Emergentes dos emergentes: Reflexões globais e ações locais para a nova classe média brasileira”, divulgado nesta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
     A diferença salarial entre os dois municípios tem explicação.  Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Santa Rita do Trivelato acumula R$ 110,2 mil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Porto Estrela, o índice não passa de R$ 8,3 mil/per capita. Cerca de 14% da população trivelatense, estimada em 2.491 habitantes, possuem emprego.
Por outro lado, no município portoestrelense, apenas 7% do total de 3.649 moradores recebem renda fixa mensal. Mas a discrepância entre as duas cidades encerra quando o assunto são as dificuldades que travam o crescimento da economia: falta de infraestrutura logística e de mão de obra qualificada.

Contradições

     Segundo o economista Vivaldo Lopes, as duas características estão presentes em praticamente todos os municípios de Mato Grosso. Em Santa Rita, o destaque da pesquisa considera uma economia aquecida ao baixo número de habitantes. “Um ênfase que não é real. A média do rendimento mensal da cidade não indica que há mais ofertas de trabalho ou que a cidade é de primeiro mundo”, avaliou em entrevista ao G1.
     Lopes acrescentou, também, que os obstáculos para ascensão econômica do município são os mesmos de Porto Estrela. “A diferença é que os portoestrelenses precisam definir uma vocação econômica”.
     O secretário de Finanças de Porto Estrela, Edson Antunes, ressaltou que os empregos gerados na cidade são principalmente da administração pública. “O comércio é familiar e emprega poucas pessoas”. No agronegócio, há poucos produtores que autuam na pecuária. “É uma cidade que carece de investimentos, com destaque para a logística”, pontuou. Trata-se de boas estradas que podem incentivar a atração de empresas para a região.
     Em Santa Rita do Trivelato, também não há muito o que comemorar. A prefeita em exercício do município, Alvina Strey, conta que o agronegócio, com vocação para a agricultura, é forte mas há carência de indústrias. Conforme ela, a distribuição de renda é maior porque a população ainda é pequena. “Estamos em fase de crescimento”, frisou.  A cidade tem apenas 12 anos de fundação, mas já pretende alcançar uma nova economia: a turística.

Fonte: Vivian Lessa / Do G1 MT

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