sábado, 19 de julho de 2014

Rio de Janeiro: Justiça aceita denúncia e manda prender 23 ativistas por atos violentos

Lista inclui Sininho e os outros 16 presos que tinham obtido liberdade.
Dois acusados da morte de cinegrafista também estão entre os acusados.

Foto: Reprodução

A Justiça do Rio aceitou nesta sexta-feira (18) a denúncia do Ministério Público (MP-RJ) e decretou a prisão preventiva de 23 pessoas por associação criminosa armada (formação de quadrilha), em decorrência de atos violentos ocorridos nas manifestações no estado e mandou expedir mandados de prisão preventiva contra eles. Entre os acusados estão Elisa Quadros, a Sininho, apontada como a líder do grupo, e mais dois dos cinco ativistas que tinham previsão de serem libertados neste sábado (19), após um habeas corpus concedido.

Além dela, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D'Icarahy também terão a prisão temporária convertida em preventiva e permanecerão no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. Os outros dois que permaneciam detidos, Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza, não foram incluídos na denúncia e serão soltos.

Além de Tiago e Eduarda, mais três dos 26 ativistas que tiveram mandado de prisão pedido pela Polícia Civil também não foram denunciados pelo MP: Luiza Dreyer de Souza Rodrigues e Ricardo Egoavil Calderon, o “Karyu”, que estavam foragidos; e Gerusa Lopes. Gerusa chegou a ser presa e foi liberada na quinta (12) junto com outros 11 ativistas após um habeas corpus. Segundo a promotoria, não existem provas seguras que atestem a participação deles na incitação da prática de condutas criminosas ou, de qualquer modo, na prática direta de tais condutas.

Fabio Raposo e Caio Silva Rangel, os dois acusados da morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão no dia 6 de fevereiro deste ano, também foram denunciados. Os dois, no entanto, já estão presos preventivamente em Bangu pelo crime de homicídio.

Outros 11 presos no sábado haviam deixado a cadeia nesta quinta (17) após habeas corpus e tiveram mandados de prisão expedidos novamente. São eles: Rebeca Martins de Souza; Bruno de Souza Vieira Machado; Emerson Raphael Oliveira da Fonseca; Pedro Brandão Maia; Felipe Frieb de Carvalho; Felipe Proença de Carvalho de Moraes; Rafael Rego Barros Caruso; Gabriel da Silva Marinho; Karlayne Moraes da Silva Pinheiro; Joseane Maria Araujo de Freitas; e Eloisa Samy Santiago.

Os foragidos são: Luiz Carlos Rendeiro Junior, o "Game Over"; Igor Mendes da Silva; Drean Moraes de Moura Corrêa, o "DR"; Shirlene Feitoza da Fonseca; Leonardo Fortini Baroni Pereira; Pedro Guilherme Mascarenhas Freire; e André de Castro Sanchez Basseres (veja a lista completa dos 23 denunciados no fim da reportagem).

Investigação

Para o promotor Luís Otávio Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investigação Penal, durante o período iniciado após o mês de junho de 2013 até hoje, os denunciados se associaram com a finalidade de praticar nas manifestações crimes como: posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada).

De acordo com a denúncia, a associação criminosa se utilizava de armas como facas, explosivos, coquetéis molotov, estilingues, rojões alterados para disparar pregos, porretes, entre outras. A investigação segue em sigilo e nenhuma arma foi apresentada à imprensa.

Na investigação, foram identificados diversos grupos, cujos objetivos declarados seriam lícitos, como a organização de protestos, mas que conteriam indivíduos cuja atuação seria dirigida para a prática de atos violentos e de confronto. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os atos violentos são incentivados por lideranças e, em geral, praticados por indivíduos que adotam a tática denominada black bloc.

O juiz escreveu ainda na denúncia que com a intensificação das manifestações e com o início das chamadas ocupações, passou a ser tentada uma unificação dos grupos, tendo havido a criação da chamada Frente Independente Popular (FIP), cujo objetivo seria a definição de uma linha de atuação para os diversos grupos e indivíduos envolvidos na realização de protestos.

Lideranças
 
Foram identificados como lideranças da FIP os denunciados Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como “Sininho”, Igor Mendes da Silva, Leonardo Fortini Baroni Pereira, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, Felipe Proença de Carvalho Moraes, Luiz Carlos Rendeiro Junior e Drean Moraes de Moura Corrêa, Vulgo "DR".

A denúncia do MP é embasada por suposta identificação dos responsáveis pela incitação e prática de atos de vandalismo e de agressões contra policiais, condutas estas que, segundo o Ministério, são iniciadas, por incentivo e planejamento dos denunciados durante a realização de atos legítimos reivindicação.

Os 23 denunciados pelo MP-RJ são:

- Elisa de Quadros Pinto Sanzi, vulgo "Sininho”
- Luiz Carlos Rendeiro Junior, o "Game Over”
- Gabriel da Silva Marinho
- Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, a "Moa"
- Eloisa Samy Santiago
- Igor Mendes da Silva
- Camila Aparecida Rodrigues Jourdan
- Igor Pereira D’Iicarahy
- Drean Moraes de Moura Corrêa, "DR"
- Shirlene Feitoza da Fonseca
- Leonardo Fortini Baroni Pereira
- Emerson Raphael Oliveira da Fonseca
- Rafael Rêgo Barros Caruso
- Filipe Proença de Carvalho Moraes, o "Ratão"
- Pedro Guilherme Mascarenhas Freire
- Felipe Frieb de Carvalho
- Pedro Brandão Maia, o "Pedro Punk"
- Bruno de Sousa Vieira Machado
- André de Castro Sanchez Basseres
- Joseane Maria Araujo de Freitas
- Rebeca Martins de Souza
- Fabio Raposo Barbosa 
- Caio Silva Rangel.

Fonte: Do G1 Rio
Atualizado em 19/07/2014 09h21

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