segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sininho reclama de condições desumanas dentro de Bangu 8

Ativista foi detida em Porto Alegre no último dia 12 de julho

   Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil / CP

A ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, reclamou em entrevista desta segunda-feira das condições que foi imposta durante prisão no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro. Ela foi presa no dia 12 de julho, em Porto Alegre, durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ) contra atos de vandalismo cometidos em território fluminense antes do jogo da final da Copa do Mundo. Elisa foi solta no dia 24 de julho, junto com outros ativistas, pouco mais de 24 horas depois da concessão do habeas corpus pela Justiça do RJ.

Sininho ficou detida em Bangu 8. O lugar recebe criminosos de alta periculosidade e é de segurança máxima. Em entrevista à Rádio Guaíba no início da tarde desta segunda-feira, afirmou que condições de vida no presídio são desumanas. “Tem bichos na comida”, revelou ela, que ainda contou que dormia no frio durante o tempo que ficou detida. De acordo com ela, há uma cantina em Bangu 8, mas quem não tem dinheiro não tem como comer.

A ativista ainda acusou o Estado de tirar a liberdade dos cidadãos e a “mídia burguesa” de contribuir para este sistema. “O Estado nos possui e nada nos pertence, nem a nossa vida. É uma ilusão de democracia, sim”. Segundo a ativista, tinham “infiltrados da polícia civil e militar” nas manifestações, e isso deflagrou a imagem dos movimentos sociais. Sobre a imprensa, Sininho reclamou da “falta de ética jornalística” e reiterou diversas vezes durante entrevista que não acompanha o trabalho jornalístico “de elite”, se referindo aos meios de comunicação convencionais. 

Questionada sobre o envolvimento com os atos durante a Copa do Mundo, e mais especificamente sobre o ato planejado para a final do Mundial coibido pela Polícia do Rio de Janeiro, a ativista se contradisse diversas vezes. “Eu não posso falar por todos, eu tava em Porto Alegre para não me envolver. Porque eu já tava sendo indiciada, então eu realmente me afastei. Eu não tava nem sabendo do Ato. Tem que ter ato, sim independe da gente se afastar ou não”. Em outro momento da entrevista, no entanto, a ativista não deixou claro se sabia ou não dos atos programados. “Atos foram espontâneos, mas eu não tava sabendo. Sabia, mas não tava acompanhando nada”, concluiu. 


Fonte: Correio do Povo e Rádio Guaíba

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