terça-feira, 29 de julho de 2014

Ervateiras irão pedir mudança na legislação

Análises em amostras apontam nível elevado de cádmio, mas metal desaparece durante infusão

Com base em pesquisas da Uri Erechim, que mostram que os índices de chumbo e cádmio existentes na erva-mate desaparecem quando o produto é colocado em infusão, a indústria vai pleitear junto à Anvisa e Ministério da Saúde mudança da legislação. De posse desta informação, comprovada por meio de estudos que vêm sendo realizados pela universidade há quatro meses, o presidente do Sindimate, Gilberto Luiz Heck, vai requerer que a análise da erva-mate seja feita na forma de consumo. “A erva-mate não é consumida na forma que se apresenta. Nossa sugestão vai ajudar o Ministério da Saúde a abreviar o caminho da fiscalização”, acredita Heck.

Para fortalecer o pedido, ele vai se unir aos presidentes de sindicatos dos outros estados produtores: Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Depois, para que a mudança seja efetuada, também, no Mercosul, ele pretende reunir colegiado do setor ervateiro no Uruguai, Argentina e Paraguai. Enquanto viabiliza as negociações junto ao governo, o Sindimate seguirá rastreando a origem da matéria-prima onde identificou a presença de metais pesados.

Análises mostram cádmio acima do limite permitido

Nas últimas análises, que tiveram resultado divulgado nesta terça-feira, duas amostras de um total de 27 coletadas nas indústrias associadas tiveram índice de cádmio acima do nível máximo — 0,40 mg/kg — permitido pela Anvisa, chegando a 0,48 mg/kg. Contudo, não foi identificada a presença de chumbo, cujo limite é 0,6 mg/kg.

Por não se tratar de uma fraude, o Sindimate não vai divulgar o nome das duas ervateiras onde foi constatado cádmio acima do permitido. “Vamos tentar saber se houve algum tipo de tratamento no produto, qual a adubação utilizada e também a altitude da região”, explica Heck. Isto porque entre as suspeitas para a presença de chumbo e cádmio além do limite máximo estabelecido por resolução da Anvisa, estão a chuva ácida e as correntes de vento.


Fonte: Correio do Povo

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