Ex-cantor e esposa foram presos na segunda (21) na fronteira do Paraná.
Fiança para a
mulher dele foi estipulada pela Justiça em R$ 15 mil.
Rafael Ilha com os advogados, dias antes de ser
preso na
fronteira do Brasil com o Paraguai (Foto: Arquivo pessoal)
fronteira do Brasil com o Paraguai (Foto: Arquivo pessoal)
A
Justiça concedeu, nesta sexta-feira (25), a liberdade provisória para o
ex-Polegar Rafael Ilha e a esposa dele mediante o pagamento de fiança. De
acordo com a decisão foi do Juiz da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, Pedro Carvalho Aguirre
Filho, o valor da fiança é de R$ 40 mil para o ex-cantor, e de R$ 15 mil para a
mulher dele. Rafael Ilha está detido na Penitenciária Estadual de Foz do iguaçu
I (PEF 1), e a esposa dele na Cadeia Pública da cidade.
O
ex-Polegar foi preso na segunda-feira (21) à tarde com uma espingarda calibre
12, munição e uma arma de choque. Ele estava com a mulher e ambos tentaram
passar pela fiscalização da Receita em duas moto-táxi, quando os agentes pararam
a moto em que o ex-cantor estava. A mulher dele, que vinha logo atrás, tentou
dar meia-volta e seguir para o Paraguai de novo, mas foi impedida. Ao revistar
o casal, os agentes encontraram armas e munição. Conforme a Polícia Federal
(PF), Rafael e a mulher serão indiciados por tráfico internacional de armas. Se
forem condenados, podem pegar de quatro a oito anos de prisão.
"Agora
vou me reunir com a família do Rafael e da esposa para ver se eles têm o
dinheiro para pagar a fiança, que é um pouco alto. Assim que pagarmos a fiança,
os dois saem da prisão. Isso deve acontecer provavelmente na segunda-feira
[28]", disse o advogado de defesa do ex-Polegar, Willian Lobato, ao G1 nesta sexta.
Na
quinta-feira (24), a defesa de Rafael Ilha entrou com o pedido de liberdade provisória para o ex-cantor. O juiz federal
alterou, na quarta-feira (23) a prisão em flagrante para prisão preventiva,
segundo o advogado, que também conseguiu as cópias do processo do casal.
De
acordo com o outro advogado que também defende Rafael Ilha, José Beraldo, o
casal não apresenta risco para a sociedade porque perante a lei os dois são
réus primários. No entender da defesa, Rafael não realizou tráfico
internacional de armas. "Ele não tinha intenção de comercializar as armas
e, para mim, transportar arma com dispositivo de choque não pode ser
considerado crime, porque é uma arma de defesa."
Beraldo
também já havia afirmado que o ex- Polegar está ansioso para explicar a todos
que de fato não queria cometer crime. "Ao que me parece, a esposa daria para o Rafael a arma de presente,
tanto que ela estava desmontada", garantiu.
Carreira
O
Grupo Polegar estourou em 1989, com a música "Dá Para Mim", e chegou
a vender um milhão de discos. Rafael Ilha deixou o grupo em 1991. Depois disso,
o ex-vocalista acumulou passagens pela polícia. Ele foi preso pela primeira vez
em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas em um cruzamento para
comprar drogas. À época, ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de
uma balconista na Zona Sul de São Paulo.
No
ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contramão. Depois, foram
duas outras prisões por porte de cocaína. Em 2000, o ex-integrante do grupo
Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, três isqueiros e uma pilha,
durante uma crise de abstinência. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas
e precisou ser submetido a uma cirurgia, em um hospital de São Paulo, para a
retirada dos objetos.
Em
2005, foi detido em Itapecerica da Serra, em frente à clínica dele, com uma
arma calibre 380, com numeração raspada. Ele acabou autuado em flagrante por
porte ilegal de arma. Em setembro de 2007, o ex-Polegar voltou à delegacia, mas
como vítima. Rafael se dirigiu à residência de um jovem de 30 anos com intuito
de convencê-lo a se internar. De acordo com a polícia, quando o homem percebeu
a chegada do ex-vocalista, acabou fugindo em seu carro. Rafael passou a
persegui-lo e, após um tempo, o jovem parou o carro e teria agredido o ex-cantor.
Em
julho de 2008, Rafael Ilha passou 17 dias na prisão, acusado de tentativa de
sequestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Ele teria
tentado, junto com outras duas pessoas, colocar à força em um carro a
esteticista Karina Costa, de 28 anos. Ele informou à polícia que o ex-marido
dela tinha entrado em contato e pedido para que a mulher fosse internada na
clínica de reabilitação contra dependentes químicos do ex-Polegar. A
esteticista negou ser usuária de drogas.
Em
2009, o ex-cantor foi encontrado dentro de um elevador de um condomínio todo
ensanguentado. Os policiais que atenderam a ocorrência relataram na delegacia
que ele dizia a frase “eu vou me matar”. Rafael ficou internado quatro dias. De
acordo com o psiquiatra Aloísio Priuli, Ilha foi diagnosticado com transtorno
bipolar.
Já
em 2013, o ex-vocalista sofreu um acidente de moto na Ponte Octavio Frias de
Oliveira, a ponte estaiada, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a polícia, Rafael
bateu com a motocicleta na mureta, depois de ser fechado por um carro. A moto
pegou fogo e ficou totalmente destruída, mas o ex-Polegar conseguiu saltar do
veículo e sofreu algumas escoriações.
Fonte: DO G1 PR, em Cascavel
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