Ainda no leito do hospital, o agricultor concedeu entrevista a Zero Hora - Marielise Ferreira / ZH
Valdemar Liesch, 71 anos, aguardou socorro a -1,8ºC
Depois de sobreviver a uma tragédia e aguardar por 16 horas em Quatro Irmãos, no Norte do Estado, até ser socorrido de um acidente de trânsito, o agricultor Valdemar Liesch, 71 anos, morreu no Hospital Santa Terezinha, em Erechim, onde estava internado, na noite de segunda-feira. Insuficiência respiratória e choque hVisualizaremorrágico foram as causas da morte de Liesch.
O agricultor chegou a conceder entrevista para a reportagem de Zero Hora na noite de segunda-feira, mas posteriormente seu estado de saúde se agravou e ele morreu.
No hospital, ainda chocado com a morte do amigo, ele contou que teria tido um desmaio enquanto dirigia e relatou as horas dramáticas que passou lutando contra a dor e o frio extremo para sobreviver. Numa das noites mais frias do ano em Erechim, com-1,8 °C , Liesch ficou ao relento, sem conseguir encontrar o aparelho celular para pedir socorro. Para a reportagem, ele contou que considerava estar recebendo uma segunda chance de viver.
Confira a entrevista concedida a Zero Hora:
Zero Hora – O que o senhor lembra do momento do acidente?
Valdemar Liesch – A gente tinha passado a tarde no salão da comunidade jogando bocha e proseando e na hora de ir embora o vizinho me pediu carona. A gente ia pela estrada que vai dar na propriedade, quando eu senti uma tontura. Desmaiei e só acordei às 21h, caído, no meio do mato, uns cinco metros longe do carro.
ZH – O senhor tentou pedir socorro?
Liesch – Sim, sou viúvo e sabia que ninguém ia notar que eu não voltava. Procurei o celular que levo sempre comigo e não achei. Tinha muita dor, e vi que se não me protegesse do frio ia morrer ali, sem ninguém me encontrar.
ZH – Como se protegeu do frio?
Liesch – Me arrastei até o carro e tentei ficar ali, mas os vidros estavam quebrados e o vento soprava lá dentro. Passei frio como cachorro, não sabia o que doía mais, se era do acidente ou do frio. Quando começou a amanhecer me arrastei dali até a estrada e fiquei caído perto das pedras esperando, até que um vizinho passou. Eu pedi do Pavan (o caroneiro) e ele procurou no carro e disse que era tarde pra ele. Só então eu soube que ele tinha morrido.
ZH – O senhor teve medo de morrer antes de chegar o socorro?
Liesch – Muito medo. Não podia andar, ninguém passa naquela estrada. Quando a ambulância chegou e viram que eu estava congelando... Não sei, acho que Deus me deu uma segunda chance.
No hospital, ainda chocado com a morte do amigo, ele contou que teria tido um desmaio enquanto dirigia e relatou as horas dramáticas que passou lutando contra a dor e o frio extremo para sobreviver. Numa das noites mais frias do ano em Erechim, com
Confira a entrevista concedida a Zero Hora:
Zero Hora – O que o senhor lembra do momento do acidente?
Valdemar Liesch – A gente tinha passado a tarde no salão da comunidade jogando bocha e proseando e na hora de ir embora o vizinho me pediu carona. A gente ia pela estrada que vai dar na propriedade, quando eu senti uma tontura. Desmaiei e só acordei às 21h, caído, no meio do mato, uns cinco metros longe do carro.
ZH – O senhor tentou pedir socorro?
Liesch – Sim, sou viúvo e sabia que ninguém ia notar que eu não voltava. Procurei o celular que levo sempre comigo e não achei. Tinha muita dor, e vi que se não me protegesse do frio ia morrer ali, sem ninguém me encontrar.
ZH – Como se protegeu do frio?
Liesch – Me arrastei até o carro e tentei ficar ali, mas os vidros estavam quebrados e o vento soprava lá dentro. Passei frio como cachorro, não sabia o que doía mais, se era do acidente ou do frio. Quando começou a amanhecer me arrastei dali até a estrada e fiquei caído perto das pedras esperando, até que um vizinho passou. Eu pedi do Pavan (o caroneiro) e ele procurou no carro e disse que era tarde pra ele. Só então eu soube que ele tinha morrido.
ZH – O senhor teve medo de morrer antes de chegar o socorro?
Liesch – Muito medo. Não podia andar, ninguém passa naquela estrada. Quando a ambulância chegou e viram que eu estava congelando... Não sei, acho que Deus me deu uma segunda chance.
Fonte: Zero Hora
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