Barroso atendeu a pedido feito pela PGR | Foto:
Carlos Moura / STF / CP
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís
Roberto Barroso mandou soltar na noite deste sábado, os presos da Operação
Skala, dentre eles os amigos do presidente Michel Temer. Barroso atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de revogação das prisões temporárias, alegando que
"as medidas cumpriram o objetivo geral", segundo nota divulgada pela
instituição.
Estão presos desde quinta-feira, o advogado José
Yunes, amigo do presidente há mais de 50 anos e ex-assessor dele na
Presidência, o coronel da reserva João Baptista Lima Filho, também coordenador
de campanhas eleitorais de Temer, e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi,
pai do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP).
A Operação Skala tinha 13 mandados de prisão
temporária, mas três não foram executados, segundo a PGR, porque as pessoas
estavam fora do País. De acordo com a nota, eles se dispuseram "a se
apresentar à autoridade policial tão logo retornem". As prisões temporárias
expirariam na segunda-feira e poderiam ser renovadas por mais cinco dias. A PGR
pediu a soltura de todos.
Integrantes da PGR acompanharam depoimentos
colhidos dos três presos. O Ministério Público Federal havia solicitado as
prisões, autorizadas pelo relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso,
embora a Polícia Federal tivesse requerido conduções coercitivas. Também foram
cumpridas ações de busca e apreensão de documentos.
A pedido de advogados de defesa, Barroso já havia
indicado, em decisão de sexta-feira, que poderia revogar as prisões. Ele também
disse que as defesas teriam acesos ao inquérito quando as diligências sigilosas
fossem encerradas. "Quanto aos pedidos de revogação das prisões
temporárias, serão apreciados tão logo tenha sido concluída a tomada de
depoimentos pelo delegado encarregado e pelos procuradores da República
designados, ouvida a senhora procuradora-geral da República", escreveu.
Planalto
criticou prisões
Na
sexta-feira, o presidente Michel Temer se disse vítima de uma "trama"
e que tentam impedir sua candidatura à reeleição. Sem citar Dodge nem Barroso,
a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criticou as
prisões. "Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel
Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos
para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de
acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos
irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não
conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a
farsa", diz o texto.
ESTADÃO
conteúdo
Correio
do Povo
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