Santa Cruz relatou que ministro agia como
"chefe de quadrilha"
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil,
Felipe Santa Cruz, afirmou nesta quinta-feira que não quis ofender o ministro
da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O chefe da pasta pediu
abertura de investigação sobre declarações do mandatário da OAB. A Procuradoria-Geral da República
enviou à primeira instância.
"Minha afirmação não teve, em qualquer
momento, a motivação de ofender a honra do ministro Sérgio Moro. Ao contrário,
a crítica feita foi jurídica e institucional, por meio de uma analogia e não
imputando qualquer crime ao ministro", disse Santa Cruz.
Ao apresentar uma representação, Moro destacou
declarações de Santa Cruz, que afirmou ao jornal "Folha de S. Paulo"
que o ministro "usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e
ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades
que não são investigadas" no caso das mensagens divulgadas pelo site The
Intercept Brasil.
O presidente da OAB afirma já ter reconhecido
"que a analogia utilizada estava acima do tom que costumo usar, mesmo
considerando os sistemáticos atentados contra preceitos do Estado democrático
de direito que deram base à declaração".
"De todo modo, como disse na entrevista,
mantenho, no mérito, minha crítica de que o ministro da Justiça não pode
determinar destruição de provas e que deveria, para o bom andamento das
investigações, se afastar do cargo, como recomendou o Conselho Federal da
OAB", diz. "Por fim, como já enunciei diversas vezes, entendo ser
necessário o retorno à normalidade do debate democrático e sugiro ao governo -
de forma geral - evitar o clima belicoso, restabelecendo a harmonia
institucional no país", conclui.
Por Estadão Conteúdo
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário