terça-feira, 12 de março de 2019

“Pai que não dá roupa e não dá comida não tem amor, né”, afirma ex-vizinha da família Boldrini

Juçara Petry foi a primeira testemunha a depor neste segundo dia de julgamento do Caso Bernardo.

   Ela foi vizinha da família por um período e mantinha forte ligação com o menino. (Foto: Reprodução/TJ RS)

A primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do Caso Bernardo, nesta terça-feira, foi Juçara Petry. Ela foi vizinha da família por um período e mantinha forte ligação com o menino. Juçara começou respondendo a questões sobre a convivência e momentos do dia a dia. Ela solicitou para não depor na frente dos réus por se sentir constrangida.

Dentre os detalhes revelados pela ex-vizinha, ela destacou que tentou contato com Graciele em função de que Bernardo seguidamente pedia por lanches ou relatava que não havia feito refeições. Juçara não manteve mais contatos com Leandro porque o médico estava sempre bastante ocupado. O Conselho Tutelar chegou a informa-la que, se Bernardo continuasse perambulando pela rua e mal vestido, poderia encaminhá-lo para uma casa de passagem. Juçara disse então que ele poderia viver com ela.

Juçara declarou também, no depoimento, que o último aniversário de Bernardo foi celebrado com sua família. Foi realizada uma janta para o menino sem a presença do pai. O menino relatou também para a testemunha que não iria fazer a sua primeira comunhão porque a madrasta não lhe daria a roupa para a cerimônia. Nem o pai e nem a madrasta participaram da missa e nem da comemoração, conforme Juçara.

A testemunha chegou a citar que seu marido procurou Leandro Boldrini e pediu que cuidasse melhor do filho. O médico disse que tentaria mudar. Outro detalhe apresentado pela testemunha é de que a irmã de Juçara chegou a acompanhar o menino em uma homenagem pelo Dia das Mães, no Colégio Ipiranga, até a chegada da própria Juçara ao evento, já que a madrasta não acompanhava o menino.

A defesa de Leandro tentou demonstrar para a testemunha que o seu cliente mantinha contato com o filho aos finais de semana. A testemunha sustenta não lembrar de ter acompanhado esses contatos quando o menino estava em sua casa. O advogado Ricardo Grecellé Vares pergunta se é uma percepção de Juçara que o pai não tinha amor pelo filho. Ela respondeu que “pai que não dá roupa e não dá comida não tem amor, né”.


Fonte: Rádio Alto Uruguai

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