Perito disse ter encontrado sete divergências em relação aos
hábitos gráficos de Leandro. (Foto: TJ RS)
A terceira e última testemunha
que depôs nesta terça-feira, no júri do Caso Bernardo, foi o perito
grafotécnico Luiz Gabriel Costa Passos. Ele foi chamado ao júri para reafirmar
que, em sua análise, a assinatura da receita do medicamento midazolam, que foi
injetado no menino Bernardo, não é a do médico. O Ministério Público contesta.
A defesa de Leandro abriu mão de ouvir três testemunhas que estavam arroladas:
os irmãos de Leandro, Paulo e Wilson Boldrini, e a cunhada, Sonia Maria Lunardi
Boldrini.
A perícia contratada pela
defesa analisou as perícias oficiais que constam nos autos e foram realizadas
pelo IGP-RS. O laudo do IGP foi inconclusivo para apontar se a assinatura de
Leandro era autêntica. O perito contratado para reanalisar a assinatura disse
ter encontrado “sete divergências significativas em relação aos hábitos
gráficos de Leandro”. A testemunha afirmou que encontrou “velocidade inferior
aos padrões”, e “interrupção anormal no movimento da escrita”, com paradas e
retornos que “significam indícios fortes de falsificação gráfica”. O perito
concluiu que a assinatura não é do “punho de Leandro Boldrini” e que foi uma
imitação.
O perito explicou aos jurados
diferenças entre a assinatura questionada e outra que aponta como padrão de
Leandro. Entre outros pontos, ele encontrou discrepâncias entre local do início
da escrita e forma do arco na primeira letra da rubrica. Luiz Gabriel disse ter
identificado como “parada anormal da caneta que não existe em nenhum dos 160
padrões de escrita de Leandro”. O promotor Ederson Vieira mostrou
rubricas de Leandro em documentos juntados aos autos para contestar conclusão
do perito. Vieira argumentou que o perito comparou rubrica com assinatura. O
material questionado, por exemplo, seria uma rubrica. O promotor sugeriu que o
perito teria feito comparações com material gráfico que beneficiasse a tese de
defesa.
A promotora Sílvia Jappe
questionou o motivo de a defesa ter juntado o parecer técnico do perito ao
processo somente na semana passada. Ela também quis saber quanto Luiz Gabriel
recebeu pelo trabalho. O perito não informou quanto recebeu e disse que isso se
tratava de que “questão de foro íntimo”.
Fonte: Rádio Alto Uruguai
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