terça-feira, 12 de março de 2019

Marlise Cecília Henz disse acreditar que Leandro não teve participação na morte do filho

Mesmo após assistir a um vídeo em que o menino Bernardo pede por socorro e é ameaçado e provocado pela madrasta e pelo pai, a testemunha manteve sua convicção na inocência de Leandro

Testemunha ouviu de Andressa Wagner que Graciele disse que tinha dinheiro para matar Bernardo e contratar um matador de aluguel

A quinta testemunha ouvida neste segundo dia do júri do Caso Bernardo, arrolada pela defesa de Leandro Boldrini, foi Marlise Cecília Henz. Técnica em enfermagem, ela trabalhou com Leandro Boldrini no Hospital de Caridade de Três Passos. Seu depoimento durou mais de uma hora e teve momentos de tensão, principalmente quando o Ministério Público (MP) apresentou um vídeo em que o menino Bernardo gritava por socorro em sua casa, e o pai e a madrasta batiam boca e ameaçavam o garoto, sem conseguir contê-lo.

No início do depoimento, ao ser indagada pela juíza Sucilene Engler, disse que a relação entre Leandro Boldrini e o filho, Bernardo, era tranquila.
Referiu que o médico demonstrou bastante abatimento e tristeza quando recebeu uma intimação do Poder Judiciário, requisitando que se apresentasse em juízo, após o menino Bernardo ter procurado, por conta própria, o apoio do juiz e da promotora para melhorar a relação com sua família. Ao mesmo tempo, a testemunha disse que Graciele, a madrasta, mostrou-se furiosa com a intimação.

Técnica de enfermagem, relatou a falta do midazolam no setor em que trabalhava Graciele, que era enfermeira. O medicamento foi apontado pela perícia como sendo o causador da morte do menino Bernardo, após a aplicação de uma superdosagem em seu corpo.

Questionada pelos advogados de defesa de Boldrini, Cecília disse nunca ter notado desamor de Leandro com o filho.

A testemunha também diz que Leandro era um homem de poucas vaidades, principalmente em suas vestimentas, diferentemente de Graciele. Porém, disse que a madrasta de Bernardo nunca chegou a ser arrogante com ela.

Testemunha ouviu de Andressa Wagner que Graciele disse que tinha dinheiro para matar Bernardo e contratar um matador de aluguel. “Vamos na delegacia”, teria dito à Andressa. Porém, não relatou o fato para Leandro Boldrini, à época.

Questionada pelo Ministério Público se ainda acredita que Leandro Boldrini não teve participação na morte do filho, a testemunha disse que continuava com a mesma opinião. Como relatou não ter visto os vídeos com bate-bocas e provocações de Leandro e Graciele contra Bernardo, o Ministério Público apresentou um dos vídeos, gravado pela madrasta, em que Bernardo grita por socorro, em sua própria casa. Leandro e Graciele ameaçam e discutem com o menino, ao invés de tentar acalmá-lo. A madrasta chega a dizer que “prefere o menino morto a ter de aguentar ele incomodando em casa”.

Após assistir o vídeo, a juíza questiona a testemunha, se ela ainda mantém a convicção de que Leandro não participou do homicídio, e a testemunha diz que sim, que não acredita na participação de Leandro.


Fonte: Rádio Alto Uruguai

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