Testemunha ouviu de Andressa Wagner que Graciele disse que tinha
dinheiro para matar Bernardo e contratar um matador de aluguel
A quinta testemunha ouvida
neste segundo dia do júri do Caso Bernardo, arrolada pela defesa de Leandro
Boldrini, foi Marlise Cecília Henz. Técnica em enfermagem, ela trabalhou com
Leandro Boldrini no Hospital de Caridade de Três Passos. Seu depoimento durou
mais de uma hora e teve momentos de tensão, principalmente quando o Ministério
Público (MP) apresentou um vídeo em que o menino Bernardo gritava por socorro
em sua casa, e o pai e a madrasta batiam boca e ameaçavam o garoto, sem
conseguir contê-lo.
No
início do depoimento, ao ser indagada pela juíza Sucilene Engler, disse que a
relação entre Leandro Boldrini e o filho, Bernardo, era tranquila.
Referiu
que o médico demonstrou bastante abatimento e tristeza quando recebeu uma
intimação do Poder Judiciário, requisitando que se apresentasse em juízo, após
o menino Bernardo ter procurado, por conta própria, o apoio do juiz e da
promotora para melhorar a relação com sua família. Ao mesmo tempo, a testemunha
disse que Graciele, a madrasta, mostrou-se furiosa com a intimação.
Técnica
de enfermagem, relatou a falta do midazolam no setor em que trabalhava
Graciele, que era enfermeira. O medicamento foi apontado pela perícia como
sendo o causador da morte do menino Bernardo, após a aplicação de uma
superdosagem em seu corpo.
Questionada pelos advogados de
defesa de Boldrini, Cecília disse nunca ter notado desamor de Leandro com o
filho.
A
testemunha também diz que Leandro era um homem de poucas vaidades,
principalmente em suas vestimentas, diferentemente de Graciele. Porém, disse
que a madrasta de Bernardo nunca chegou a ser arrogante com ela.
Testemunha ouviu de Andressa
Wagner que Graciele disse que tinha dinheiro para matar Bernardo e contratar um
matador de aluguel. “Vamos na delegacia”, teria dito à Andressa. Porém, não
relatou o fato para Leandro Boldrini, à época.
Questionada
pelo Ministério Público se ainda acredita que Leandro Boldrini não teve
participação na morte do filho, a testemunha disse que continuava com a mesma
opinião. Como relatou não ter visto os vídeos com bate-bocas e provocações de
Leandro e Graciele contra Bernardo, o Ministério Público apresentou um dos
vídeos, gravado pela madrasta, em que Bernardo grita por socorro, em sua
própria casa. Leandro e Graciele ameaçam e discutem com o menino, ao invés de
tentar acalmá-lo. A madrasta chega a dizer que “prefere o menino morto a ter de
aguentar ele incomodando em casa”.
Após
assistir o vídeo, a juíza questiona a testemunha, se ela ainda mantém a
convicção de que Leandro não participou do homicídio, e a testemunha diz que
sim, que não acredita na participação de Leandro.
Fonte: Rádio Alto Uruguai
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