segunda-feira, 25 de março de 2019

Confronto entre servidores e PMs deixa feridos em frente à Câmara de Porto Alegre

Efetivo usou bombas de gás e balas de borracha alegando tentativa de invasão

Confusão na Câmara envolveu agentes de segurança e servidores municipais
   Confusão na Câmara envolveu agentes de segurança e servidores municipais
   Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA

Um confronto entre servidores públicos, guardas municipais e policiais militares deixou sete feridos, segundo as duas partes, na tarde desta segunda-feira, na área externa da Câmara Municipal de Porto Alegre, onde o plenário tenta votar o projeto da Prefeitura que modifica o plano de carreira da categoria. A Secretaria Municipal da Saúde informou que sete servidores deram entrada no Hospital de Pronto Socorro (HPS), sendo quatro homens e três mulheres, entre elas uma fotógrafa da Câmara, todos eles atingidos pelas balas de borracha.

De acordo com a Guarda Municipal, a Brigada Militar jogou pelo menos cinco bombas de efeito moral e usou balas de borracha depois que servidores do lado de fora tentaram invadir o prédio, forçando portões e jogaram pedras contra os seguranças patrimoniais da Casa. Dentro do plenário, a Presidência da Câmara assegurou 115 vagas para pessoas favoráveis ao projeto e 115 para os contrários à proposta, mas o número de servidores que compareceu ao local era bem maior. Em função da votação, os servidores entraram hoje em greve, por tempo indeterminado.


Mais cedo, o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) protocolou um requerimento de adiamento da votação, que dependia de 19 votos para ser aprovado. Dos 36 vereadores, 22 votaram contra o pedido e, por isso, a sessão continua. A estimativa é de que ela se estenda até a madrugada. Pelo menos 20 emendas foram protocoladas ao projeto. Todas devem ser discutidas uma a uma antes da votação final.

Também hoje, o Tribunal de Justiça rejeitou pedido da oposição para protelar a votação do projeto. A Justiça entendeu que o recurso chegou fora do prazo.

A base do prefeito Nelson Marchezan Jr. depende de 19 votos para aprovar o texto. O governo calcula que conta com o com apoio de pelo menos 20 vereadores.

A sessão ordinária vai até as 18h45min, podendo ser prorrogada por duas horas. Após, vereadores devem convocar sessão extraordinária, com até mais quatro horas de duração. A expectativa é de que o plenário não seja esvaziado até que o projeto seja votado.


Por Jessica Hübler e Lucas Rivas
Correio do Povo

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