Congresso não aprovou legislação, e gastos
federais são bloqueados.
Museus, parques e pagamentos de
benefícios podem ser prejudicados.
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Reprodução
Democratas e republicanos não chegaram a um acordo, e grande
parte do setor público dos Estados Unidos será "paralisado" a partir
desta terça-feira (1º). O Congresso precisava aprovar, até a meia-noite (1h de
terça-feira no Brasil), um Orçamento para permitir os gastos federais, o que
costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda.
Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos
garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A
última, aprovada em março, expirou nesta segunda.
Com isso, os serviços considerados não essenciais devem ser
paralisados, até que um acordo seja alcançado. Cerca de 800 mil trabalhadores
federais serão colocados em licença não remunerada. A medida vai provocar o
fechamento de museus e parques nacionais, prejudicar a emissão de passaportes,
o processamento de impostos, o pagamento de benefícios os pagamentos de
subsídios agrícolas e as concessões de empréstimos, entre outros.
No Capitólio, congressistas
dos EUA travarem embate durante toda a noite (Foto: Jim Bourg/Reuters)
Pouco antes da meia-noite, o Escritório de Administração e
Orçamento do governo federal emitiu um memorando orientando as agências a
executar planos para o fechamento ordenado dos serviços por falta de
recursos.
Na conta do Capitólio no microblog Twitter, um aviso já informa
que a mesma não será mais atualizada por falta de fundos.
Negociações
O impasse na aprovação do orçamento ocorreu porque os
republicanos, que controlam a Câmara, se recusaram a aprovar uma nova permissão
de gastos se não forem atendidos dois pedidos: adiar em um ano a entrada em
vigor da lei de assistência à saúde do presidente Obama – o chamado “Obamacare”
– e eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano
de saúde.
Essas pessoas devem começar a ser cadastradas nesta terça-feira.
Os democratas, por sua vez, não querem mudanças no projeto de saúde.
O “confronto” entre os dois partidos durou até os últimos
minutos. Por volta das 23h (horário dos EUA), o Senado, de maioria democrata,
rejeitou o terceiro projeto temporário de Orçamento, aprovado 40 minutos antes
na Câmara. Mais cedo, o Senado já havia rejeitado proposta semelhante, aprovada
pela Câmara durante o final de semana.
Durante a tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a
fazer um apelo nesta para que o Congresso impedisse a "paralisação"
do governo americano. Segundo ele, o Congresso está agindo "no limite da
irresponsabilidade".
"Isso não precisa acontecer", disse. "Deixe-me
repetir. Isso não precisa acontecer”. "Manter o governo do povo
funcionando não é uma concessão a mim. É a sua responsabilidade básica",
acrescentou.
Obama lembrou que o governo federal é o maior empregador do país
e que o fechamento iria ter consequências na economia.
Um grupo de republicanos dissidentes na Câmara chegou a colocar
em votação um projeto que eliminava as exigências referentes à lei de assistência
à saúde, que deveria ser bem recebido no Senado, mas a proposta falhou.
Nas últimas horas do embate, a maioria da Câmara chegou a
oferecer a formação de um grupo de negociação, mas a proposta foi rejeitada
pelos senadores.
A última vez que o governo dos Estados
Unidos passou por uma paralisação semelhante foi em 1995/1996,
quando os serviços não essenciais foram suspensos uma semana antes do Natal,
por 26 dias, durante o governo do também democrata Bill Clinton.
Os serviços não essenciais devem permanecer paralisados até que
o Congresso aprove um orçamento ou uma nova "resolução continuada",
que forneça uma licença temporária para os gastos federais.
Militares
À espera da paralisação, Obama assinou, já durante a noite, uma
medida para garantir que os membros das Forças Armadas sejam pagos.
Em mensagem gravada para as tropas, Obama afirmou que os
militares continuarão com seus trabalhos normalmente.
"Nossas operações militares continuarão. Sei que os dias à
frente podem ser mais incertos", afirmou. "Vocês e sua família são
melhores que essa disfunção que estamos vendo no Congresso".
"Como nação, enfrentamos decisões orçamentárias
difíceis", disse o presidente.
O presidente dos EUA, Barack
Obama, assina legislação garantindo pagamento aos membros das Forças Armadas
(Foto: Pete Souza/White
House)
Fonte: Do G1, em São Paulo
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