sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Ex-esgrimista, ministra musa denuncia corrupção e gera crise na Venezuela

Alejandra Benítez revelou que sua assinatura foi falsificada em documentos usados na compra de divisas, em negociações de US$ 66 milhões

Alejandra Benítez, ministra do esporte da Venezuela e ex-esgrimista (Foto: Reprodução / Facebook)
   Alejandra Benítez denunciou corrupção na Venezuela (Foto: Reprodução / Facebook)

A atual ministra do Esporte da Venezuela, Alejandra Benítez, ex-esgrimista e conhecida pela sua beleza, fez uma denúncia de um esquema de corrupção em seu país. Em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira, Benítez disse que a assinatura dela foi falsificada em documentos usados na compra de divisas. No total, o nome da ministra teria sido usado em negociações de US$ 66 milhões.

- Há duas ou três semanas, o banco do Estado nos procurou por uma irregularidade na assinatura de cinco documentos. Após um alerta da Cadivi (Comissão de Administração de Divisas), descobrimos que não eram cinco, mas 60 documentos - alertou Benítez.

A Venezuela impede desde 2003 o livre comércio de divisas estrangeiras, com limites e trâmites rigorosos. A Cadivi é a entidade responsável por esse controle, e o acesso à moeda estrangeira só costuma ser liberado em casos especiais.

O mercado ilegal da Venezuela, que é usado por quem não cumpre os trâmites da Cadivi, trabalha com taxas que são até oito vezes superior às da comissão.

Alejandra Benítez, ministra do esporte da Venezuela e ex-esgrimista (Foto: Reprodução / Facebook)
   Alejandra Benítez, ex-esgrimista, já fez vários ensaios sensuais (Foto: Reprodução / Facebook)

Segundo Benítez, pilotos venezuelanos usaram o Ministério para tentar burlar o sistema da Cadivi:

- Eram atletas com muita notoriedade, que pagavam equipes de imprensa para ter exposição permanente e justificar cifras tão elevadas - revelou a ministra.

No entanto, suas denúncias não foram bem recebidas por todos. Desde a entrevista coletiva de Benítez, acusações contra ela surgiram entre políticos de oposição.

Na quarta-feira, a deputada de oposição Dinorah Figuera (Partido Primero Justicia) pediu na Assembleia uma investigação sobre o caso denunciado por Benítez:

- Solicitamos a averiguação sobre irregularidades no financiamento do Ministério do Esporte a atletas venezuelanos - disse Figuera.

- Nós temos instalações esportivas precárias na Venezuela, e algumas equipes não têm dinheiro para uniformes e material esportivo. Enquanto isso, o Ministério do Esporte está desviando dinheiro - acusou Figuera.

A oposição critica Benítez por não ter revelado os nomes dos atletas que estão envolvidos no esquema. Além disso, questiona a isenção da ministra no caso.

- Quem autorizou esses negócios? De que gabinete eles saíram? - questionou o deputado Ángel Medina (Acción Democrática).

Benítez, de 33 anos, formou-se em odontologia na Universidad Central de Venezuela. Ela esteve nos Jogos Olímpicos em 2004 (Atenas), 2008 (Pequim) e 2012 (Londres), e foi campeã mundial de esgrima em 2005 (Havana).

Na política, Benítez foi deputada suplente até abril de 2013, quando foi nomeada ministra do Esporte pelo presidente Nicolás Maduro.

Por 
Caracas, Venezuela

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