Alejandra Benítez revelou que
sua assinatura foi falsificada em documentos usados na compra de divisas, em
negociações de US$ 66 milhões
Alejandra Benítez denunciou
corrupção na Venezuela (Foto: Reprodução / Facebook)
A atual ministra do Esporte da Venezuela,
Alejandra Benítez, ex-esgrimista e conhecida pela sua beleza, fez uma denúncia
de um esquema de corrupção em seu país. Em entrevista coletiva realizada na
última segunda-feira, Benítez disse que a assinatura dela foi falsificada em
documentos usados na compra de divisas. No total, o nome da ministra teria sido
usado em negociações de US$ 66 milhões.
- Há duas ou três semanas, o banco do
Estado nos procurou por uma irregularidade na assinatura de cinco documentos.
Após um alerta da Cadivi (Comissão de Administração de Divisas), descobrimos
que não eram cinco, mas 60 documentos - alertou Benítez.
A Venezuela impede desde 2003 o livre
comércio de divisas estrangeiras, com limites e trâmites rigorosos. A Cadivi é
a entidade responsável por esse controle, e o acesso à moeda estrangeira só
costuma ser liberado em casos especiais.
O mercado ilegal da Venezuela, que é usado
por quem não cumpre os trâmites da Cadivi, trabalha com taxas que são até oito
vezes superior às da comissão.
Alejandra Benítez,
ex-esgrimista, já fez vários ensaios sensuais (Foto: Reprodução / Facebook)
Segundo Benítez, pilotos venezuelanos
usaram o Ministério para tentar burlar o sistema da Cadivi:
- Eram atletas com muita notoriedade, que
pagavam equipes de imprensa para ter exposição permanente e justificar cifras
tão elevadas - revelou a ministra.
No entanto, suas denúncias não foram bem
recebidas por todos. Desde a entrevista coletiva de Benítez, acusações contra
ela surgiram entre políticos de oposição.
Na quarta-feira, a deputada de oposição Dinorah
Figuera (Partido Primero Justicia) pediu na Assembleia uma investigação sobre o
caso denunciado por Benítez:
- Solicitamos a averiguação sobre
irregularidades no financiamento do Ministério do Esporte a atletas
venezuelanos - disse Figuera.
- Nós temos instalações esportivas
precárias na Venezuela, e algumas equipes não têm dinheiro para uniformes e
material esportivo. Enquanto isso, o Ministério do Esporte está desviando
dinheiro - acusou Figuera.
A oposição critica Benítez por não ter
revelado os nomes dos atletas que estão envolvidos no esquema. Além disso,
questiona a isenção da ministra no caso.
- Quem autorizou esses negócios? De que
gabinete eles saíram? - questionou o deputado Ángel Medina (Acción
Democrática).
Benítez, de 33 anos, formou-se em
odontologia na Universidad Central de Venezuela. Ela esteve nos Jogos Olímpicos
em 2004 (Atenas), 2008 (Pequim) e 2012 (Londres), e foi campeã mundial de
esgrima em 2005 (Havana).
Na política, Benítez foi deputada suplente
até abril de 2013, quando foi nomeada ministra do Esporte pelo presidente
Nicolás Maduro.
Por GLOBOESPORTE.COM
Caracas, Venezuela
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