Valdomiro de Almeida teve escoriações pelo corpo
Obra fica na Rua Do Guia Lopes, no CentroFoto: Jonas Ramos / Especial
Ainda com as roupas manchadas da terra que o
encobriu, o carpinteiro Valdomiro de Almeida, 55 anos, se recuperava do susto
vivido na manhã desta quarta. Ele e o colega, Zélio Soares da Silva, 61,
ficaram parcialmente soterrados enquanto faziam a contenção de um barranco na obra do
edifício Estrela D'alva, na Rua do Guia Lopes, no centro de Caxias.
Pouco antes de receber alta do Pronto Atendimento 24h, para onde foram levados, Almeida relatou ao Pioneiro os momentos de desespero vividos pela vez primeira em cerca de 30 anos de profissão. Ele começou a trabalhar com contrato terceirizado na obra há cerca de um mês. Confira:
Pioneiro: Vocês estavam escavando o terreno?
Valdomiro de Almeida: Estávamos fazendo um painel (tapumes) para colocar concreto atrás e conter o barranco.
Pioneiro: A quanto tempo trabalhavam na contenção?
Almeida: Começamos às 7h30min e o barranco caiu por volta das 9h.
Pioneiro: Quando o terreno foi escavado?
Almeida: Semana passada, por uma máquina e o barranco não ficou bem sólido. Íamos fazer o concreto para conter. Ela cedeu na parte do meio.
Pioneiro: Vocês perceberam que estava para desmoronar?
Almeida: Não, porque quando percebemos já estava vindo. Tentamos correr e pegou da nossa cintura para baixo. Só percebemos quando estávamos embaixo, quando o peso caiu em cima da gente.
Pioneiro: Ele já havia cedido outros dias?
Almeida: Tinha cedido quando estavam escavando com a máquina, mas nós estávamos em outra parte do prédio. Não tinha operários aquele dia. Isso você nunca espera, já tenho por experiência. O que temos que fazer é conter ele quando for trabalhar lá embaixo. Parecia estar firme e estávamos antenados, se não, teria pego nós totalmente.
Pioneiro: Vocês conseguiram correr?
Almeida: Conseguimos um pouco, porque tinha um andaime baixo (segurando a estrutura) e o buraco. Estávamos perto do barranco e corremos para o andaime. Paramos ali e a terra ficou da cintura para baixo.
Pioneiro: Qual a sensação de ficar soterrado?
Almeida: Nem queira saber. Aquele peso em cima do seu corpo (e você) sem saber o que fazer. Gritamos, e os outros operários vieram e começaram a tirar terra em volta da gente. Ficamos de joelho em um concreto que havia embaixo.
Pioneiro: Vocês estavam em quantos?
Almeida: Apenas nós dois porque o lugar é pequeno e não havia lugar para mais ninguém. Ainda bem, porque poderia ter acontecido coisa pior se tivesse mais gente.
Pioneiro: Quanto tempo esperaram o socorro?
Almeida: Foi imediato. Na hora chegaram nossos colegas e em seguida chegaram os bombeiros e o pessoal do Samu.
Pioneiro: O que passou pela cabeça de vocês?
Almeida: No começo dá um desespero. Eu tentava sair e não conseguia. Estava com os braços livres e o Zélio também, mas não conseguíamos sair porque era muito peso. A sensação é ruim, mas depois que cai a ficha que você está bem e respirando, é só ter calma para sair. Fiquei com uma chapa do andaime pressionada contra o peito e achei que tinha fraturado a costela, depois vi que estava bem.
Pioneiro: Vocês estavam usando equipamentos de segurança?
Almeida: Estávamos usando os equipamentos básicos sapatos, uniforme, capacete e óculos. É o que usamos quando estamos no chão. Ali nem tem como usar mais coisas. Só que o barranco cedeu.
Pioneiro: Já havia sofrido acidente outras vezes?
Almeida: Já passei por desmoronamentos antes, mas nunca havia ficado preso.
Pouco antes de receber alta do Pronto Atendimento 24h, para onde foram levados, Almeida relatou ao Pioneiro os momentos de desespero vividos pela vez primeira em cerca de 30 anos de profissão. Ele começou a trabalhar com contrato terceirizado na obra há cerca de um mês. Confira:
Pioneiro: Vocês estavam escavando o terreno?
Valdomiro de Almeida: Estávamos fazendo um painel (tapumes) para colocar concreto atrás e conter o barranco.
Pioneiro: A quanto tempo trabalhavam na contenção?
Almeida: Começamos às 7h30min e o barranco caiu por volta das 9h.
Pioneiro: Quando o terreno foi escavado?
Almeida: Semana passada, por uma máquina e o barranco não ficou bem sólido. Íamos fazer o concreto para conter. Ela cedeu na parte do meio.
Pioneiro: Vocês perceberam que estava para desmoronar?
Almeida: Não, porque quando percebemos já estava vindo. Tentamos correr e pegou da nossa cintura para baixo. Só percebemos quando estávamos embaixo, quando o peso caiu em cima da gente.
Pioneiro: Ele já havia cedido outros dias?
Almeida: Tinha cedido quando estavam escavando com a máquina, mas nós estávamos em outra parte do prédio. Não tinha operários aquele dia. Isso você nunca espera, já tenho por experiência. O que temos que fazer é conter ele quando for trabalhar lá embaixo. Parecia estar firme e estávamos antenados, se não, teria pego nós totalmente.
Pioneiro: Vocês conseguiram correr?
Almeida: Conseguimos um pouco, porque tinha um andaime baixo (segurando a estrutura) e o buraco. Estávamos perto do barranco e corremos para o andaime. Paramos ali e a terra ficou da cintura para baixo.
Pioneiro: Qual a sensação de ficar soterrado?
Almeida: Nem queira saber. Aquele peso em cima do seu corpo (e você) sem saber o que fazer. Gritamos, e os outros operários vieram e começaram a tirar terra em volta da gente. Ficamos de joelho em um concreto que havia embaixo.
Pioneiro: Vocês estavam em quantos?
Almeida: Apenas nós dois porque o lugar é pequeno e não havia lugar para mais ninguém. Ainda bem, porque poderia ter acontecido coisa pior se tivesse mais gente.
Pioneiro: Quanto tempo esperaram o socorro?
Almeida: Foi imediato. Na hora chegaram nossos colegas e em seguida chegaram os bombeiros e o pessoal do Samu.
Pioneiro: O que passou pela cabeça de vocês?
Almeida: No começo dá um desespero. Eu tentava sair e não conseguia. Estava com os braços livres e o Zélio também, mas não conseguíamos sair porque era muito peso. A sensação é ruim, mas depois que cai a ficha que você está bem e respirando, é só ter calma para sair. Fiquei com uma chapa do andaime pressionada contra o peito e achei que tinha fraturado a costela, depois vi que estava bem.
Pioneiro: Vocês estavam usando equipamentos de segurança?
Almeida: Estávamos usando os equipamentos básicos sapatos, uniforme, capacete e óculos. É o que usamos quando estamos no chão. Ali nem tem como usar mais coisas. Só que o barranco cedeu.
Pioneiro: Já havia sofrido acidente outras vezes?
Almeida: Já passei por desmoronamentos antes, mas nunca havia ficado preso.
Fonte: PIONEIRO.COM
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