terça-feira, 25 de outubro de 2011

Médicos do SUS suspendem atendimentos hoje

Consultas, exames e outros procedimentos não devem ocorrer na rede pública



     Médicos de 21 Estados devem protestar, nesta terça-feira, por maior remuneração e contra as más condições de trabalho e de assistência oferecidas na rede pública de saúde. No Rio Grande do Sul, os atendimentos eletivos (consultas, exames e outros procedimentos) em toda a rede Sistema Único de Saúde (SUS) estarão suspensos durante todo o dia. 
     Em Porto Alegre, os médicos decidiram fazer uma paralisação. A mobilização foi aprovada em assembleia geral extraordinária, que também definiu o início de nova campanha por aumento salarial da categoria. Às 16h, na Câmara de Porto Alegre, um ato público deve ser realizado com a participação de representantes dos hospitais conveniados e de outras categorias da saúde. 
     A paralisação não atinge o trabalho das unidades de urgência e emergência. Os atendimentos não realizados serão remarcados para uma nova data. "Com a mobilização, queremos chamar a atenção das autoridades para a necessidade de mais recursos à saúde, melhor remuneração para os profissionais e melhor assistência à população", afirmou o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá Miranda. Para ele, ao se mobilizarem, os médicos estão defendendo os interesses da população. "Esse movimento é a favor do SUS, cuja assistência hoje está bem atrás daquilo que nós, médicos, desejamos e daquilo que a população espera. Faremos o que todo brasileiro gostaria de estar fazendo: dar um basta nas precariedades do SUS."
     No início do mês, o CFM determinou aos Conselhos Regionais o envio de correspondências aos gestores públicos com um alerta sobre o movimento iminente. No documento, os responsáveis eram orientados a escalonar suas escalas e as marcações para evitar constrangimentos aos pacientes e familiares, bem como assegurar novas datas para os procedimentos desmarcados. 
     Além do CFM, o movimento é organizado pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Nacional dos Médicos, que calculam a adesão de pelo menos metade dos 195 mil profissionais do SUS. A paralisação estava confirmada ontem também nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. Em Santa Catarina, a manifestação ocorrerá por apenas uma hora. Em São Paulo, será o dia todo, mas só algumas unidades. E, no Piauí, o movimento se estenderá por três dias.

Fonte: Correio do Povo

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