Leandro Assunção prestou 40 vestibulares até passar na faculdade de medicina, em Campo Grande
(Foto: Leandro Abreu/G1 MS)
(Foto: Leandro Abreu/G1 MS)
O estudante de Campo Grande Leandro Almeida Assunção descobriu que queria ser médico quando tinha oito anos e enfrentou muitos desafios para conseguir realizar o seu sonho. Sem dinheiro, trabalhou como faxineiro para estudar em uma escola particular e aumentar as chances de entrar em uma universidade. Hoje, aos 26 anos, está no último semestre do curso de medicina e já conta os dias até o fim do ano para receber o diploma.
Nesta terça-feira (18), Dia do Médico, o acadêmico contou ao G1 que, apesar de todas as dificuldades, nunca pensou em desistir do sonho. “Desde criança eu queria trabalhar com ciência e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas”.
O rapaz sempre morou com o pai, a mãe e dois irmãos mais novos. A mãe é dona de casa e o pai tem uma loja de consertos de bicicletas. “Nunca passei fome, mas sempre passamos apertados quando o assunto era dinheiro”, lembra.
No caminho para sonho, ele conta que estudou em escolas públicas até o último ano do ensino fundamental. Depois fez uma prova e conseguiu uma bolsa de estudos para fazer o ensino médio em um colégio particular.
“Consegui 80% de desconto, mas, mesmo assim, minha família não tinha dinheiro para pagar restante da mensalidade”. Resolveu falar com a direção da escola e se ofereceu para prestar serviços em troca dos estudos.
“Eu disse que poderia fazer qualquer serviço, até ser faxineiro no colégio". A proposta foi aceita. "De manhã eu estudava e, no período da tarde, ajudava na limpeza do pátio, das salas de aulas, da biblioteca e até ajudava a descarregar caminhão”, disse Assunção.
“Eu disse que poderia fazer qualquer serviço, até ser faxineiro no colégio". A proposta foi aceita. "De manhã eu estudava e, no período da tarde, ajudava na limpeza do pátio, das salas de aulas, da biblioteca e até ajudava a descarregar caminhão”, disse Assunção.
Para chegar até a faculdade de medicina, o estudante enfrentou várias provas, literalmente. No fim do terceiro ano do ensino médio, ele prestou vestibular para universidades públicas de Mato Grosso do Sul, mas não conseguiu passar. Então, teve que fazer um cursinho preparatório.
O estudante terminou o ensino médio em 2002, mas só conseguiu entrar na universidade em 2005. "Em três anos, cheguei a fazer 40 provas de várias universidades. Cheguei a passar para a segunda fase de uma universidade pública em São Paulo , mas desisti porque não tinha mais dinheiro para ficar hospedado na cidade”, recorda.
Assunção conseguiu fazer o curso de medicina em uma universidade particular por meio do Prouni, programa do governo federal. Mesmo tendo aulas em período integral, fazia 'bicos' nos horários em que não está na faculdade para comprar livros e materiais. “Eu dava aulas particulares de biologia e química no horário de almoço, à noite e nos fins de semana. Consegui juntar um dinheirinho assim”, afirmou.
O estudante, que vai se formar em medicina em dezembro, acredita que ainda terá muitos desafios pela frente e assegura que não falta disposição para enfrentá-los. “Para ser um bom médico vou continuar estudando, sempre em busca de mais conhecimento. Ainda tenho muito entusiasmo para isso”, afirma.
Fonte: Tatiane Queiroz / Do G1 MS
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