Pelo quinto dia seguido, estudantes permaneciam na manhã desta segunda-feira (31) ocupando o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP, na Zona Oeste de São Paulo. Durante a noite, os alunos pretendem fazer a partir das 18h um protesto em frente ao edifício da reitoria contra a presença da Polícia Militar no campus.
A invasão do prédio ocorreu na quinta (27) após três alunos serem presos no estacionamento da FFLCH suspeitos de portar porções de maconha. Estudantes, porém, tentaram impedir os policiais de levar o trio para uma delegacia da região.
Quando finalmente os suspeitos eram levados, centenas de estudantes cercaram os carros das polícias Civil e Militar e tentaram impedir sua saída. Houve bate-boca e o confronto começou quando um cavalete foi jogado sobre os PMs.
Enquanto a polícia usava cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo, os manifestantes jogavam pedras. Seis veículos policiais foram depredados. Os alunos, então, invadiram o edifício da administração da FFLCH.
Nesta segunda-feira, o movimento era normal em frente ao prédio da administração da FFLCH. Poucos estudantes estavam na porta, fazendo panfletagem. Apenas o caminho para o edifício estava bloqueado por pedaços de concreto e galhos de árvore. O acesso à região era feito apenas a pé.
Convênio
A assessoria de imprensa da USP afirmou na sexta-feira (28) que o reitor João Grandino Rodas não tem competência para ordenar a retirada da Polícia Militar da Cidade Universitária. Segundo a assessoria, a decisão de firmar um convênio com a PM para aumentar o policiamento no campus foi tomada pelo Conselho Gestor da USP, presidido pelo diretor de uma das unidades e composto por representantes de todas as unidades presentes no espaço, além de representantes de professores, funcionários e estudantes.
Ainda de acordo com a assessoria, a reitoria não decidiu a estratégia para lidar com a ocupação do edifício pelos estudantes. Mas a decisão de pedir ou não na Justiça a reintegração de posse do prédio administrativo da FFLCH compete à diretora da unidade, Sandra Margarida Nitrini.
Em maio, membros do conselho pediram a nova medida como reação à morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, ocorrida na noite de 18 de maio. O jovem foi baleado quando se aproximava de seu carro em um estacionamento da Faculdade de Economia e Administração (FEA). Dois homens presos pelo crime foram indiciados por latrocínio.
A decisão do conselho foi aprovada por ampla maioria, com apenas um voto em contra, o do representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Fonte: Do G1 SP
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