terça-feira, 18 de outubro de 2011

No Dia do Médico, estudantes de medicina do Estado protestam contra bônus-residência

Manifestações ocorreram em Porto Alegre, Pelotas, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul


Em Santa Cruz do Sul, protesto aconteceu no centro da cidade - Julio Cunha Neto

     O Dia do Médico, comemorado nesta terça-feira, foi marcado por protestos no Rio Grande do Sul. Estudantes de medicina e residentes do Estado protestaram contra o bônus-residência, medida do governo federal que deve ser implantada em 2012. Os protestos ocorreram em Porto Alegre, Pelotas, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul, lideradas pelo Núcleo Acadêmico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), pelos centros acadêmicos das faculdades médicas e pela Associação dos Médicos Residentes do Rio Grande do Sul (Amerers).
     De acordo com a medida, o candidato à residência que tiver atuado, assim que formado, em pequenas localidades e cidades de difícil acesso, terá de 10% a 20% de bonificação na pontuação da seleção.  
     Na Capital, o ato começou por volta das 16h e reuniu mais de mil estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Puc-RS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). O ato aconteceu em frente ao Museu de História da Medicina.
     Para a presidente do Núcleo Acadêmico do Simers, Pauline Josender, 20 anos, estudante da UFCSPA, a medida do governo federal não é a melhor forma de resolver o problema da falta de médico nas cidades do interior.
     —  Parece ser uma boa medida, mas não é. A população precisa de médicos preparados e não inexperientes, como os recém formados, ainda mais em áreas de difícil acesso, onde e os recursos são escassos — explica Pauline.
     Em Santa Cruz do Sul, mais de 80 estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) participaram do protesto. Eles se concentraram em frente ao Hospital Santa Cruz e saíram em caminhada até a Praça Getúlio Vargas, no final da manhã. 
     Em Pelotas, quase cem estudantes da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e da Universidade Católica de Pelotas (Ucpel) partiram em caminhada, no final da tarde, do Hospital São Francisco de Paula até o calçadão.
     A categoria defende ações para interiorizar os profissionais, como a criação de uma carreira estadual e garantia de condições técnicas para o trabalho.
     — A falta de médicos no Interior exige medidas urgentes. Mas a solução não está no uso da residência, cujas vagas hoje atendem metade dos diplomados — reforça Pauline.

Fonte: ZERO HORA

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