segunda-feira, 20 de junho de 2011

Universitária foi vítima de emboscada após descobrir roubo, diz polícia

Arquivo Familiar / O corpo de Louise Maeda foi reconhecido por meio de exames no IML
O corpo de Louise Maeda foi reconhecido por meio de exames no IML
     A polícia revelou nesta segunda-feira (20) que a universitária Louise Sayuri Maeda, de 22 anos, foi vítima de uma emboscada e as principais suspeitas são duas colegas de trabalho. Elas estão presas e um rapaz, que também estaria envolvido, está foragido. A principal hipótese é que Louise, que era supervisora de uma iogurteria em um shopping de Curitiba, teria descoberto que uma das funcionárias estaria roubando o caixa do estabelecimento.

     Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, e Márcia do Nascimento, de 21 anos, foram detidas temporariamente na madrugada de sábado (18). De acordo com a polícia, elas eram atendentes na loja e teriam contado com a ajuda de Élvis de Souza, de 20 anos, para armar uma emboscada contra Louise. O rapaz seria "ficante" de Márcia.
     Segundo a polícia, Márcia estava de folga no dia em que Louise desapareceu. Em depoimento, Fabiana disse que Márcia ligou para ela no dia do crime falando para que ela convidasse Louise para ir a um bar após o expediente. Nas palavras de Fabiana, Márcia teria dito que gostaria de sair com elas porque“estava brava com Louise e queria dar uma bronca nela”.
     No carro de Élvis, ele, Márcia, Fabiana e Louise saíram e, ao chegar ao bairro Campo de Santana, Márcia teria simulado que estava passando mal.   Fabiana teria dito que todos desceram do carro e Márcia pediu para que ela voltasse ao veículo, colocasse o som em um volume alto e tapasse os ouvidos.   Mesmo assim, Fabiana confirmou que ouviu tiros.
     De acordo com Fabiana, Élvis e Márcia voltaram ao carro sem Louise e teriam dito que ela “ficou no mato”. Nesse dia, a funcionária da iogurteria disse que Márcia dormiu na casa dela. Desde o desaparecimento de Louise as duas foram ouvidas pela polícia e os depoimentos de Fabiana apresentaram contradições. Os detalhes sobre o crime só foram informados pela jovem na última sexta-feira, depois que o corpo de Louise foi encontrado.
     A advogada Ana Carolina Castro, que representa Márcia, negou que sua cliente tenha envolvimento em qualquer furto ao estabelecimento. Ela apontou Fabiana como autora do roubo. A advogada confirma que Márcia esteve com Louise, em um bar, no dia do crime. Também estavam Fabiana e Élvis que, segundo a defesa, são primos.
     Segundo a advogada, o grupo teria saído do bar por volta da 1h30 e Márcia foi a primeira a ser deixada em casa. “A Márcia chegou em casa e a sogra dela viu e vai confirmar a versão. E a Louise, a Fabiana e o Élvis continuaram no carro. A Márcia não viu mais nada do que aconteceu daí para frente”, contou.
     O carro de Élvis, um Gol de cor prata, tem as mesmas características do veículo que teria sido usado para o crime, segundo as investigações policiais.    Na casa do pai do rapaz, foi encontrada uma bolsa com documentos de Louise.  Esta seria a bolsa que ela usava no dia do crime.
     De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marcelo Lemos de Oliveira, da Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC), com Márcia foram encontrados R$ 2.250, valor que seria incompatível com os rendimentos da jovem e que ela não soube explicar a origem do dinheiro. Ele também afastou qualquer possibilidade de que o crime teria relação com o testemunho de Louise contra um casal que traficava drogas em shoppings da capital.
     Segundo o delegado, a versão de Márcia para o caso é de que os quatro foram em um bar na Praça Rui Barbosa depois que as jovens saíram do shopping e Louise voltou para casa de carona com Élvis. Depois, ela não teve mais notícias sobre a colega de trabalho.
     Márcia e Fabiana estão presas temporariamente e, se comprovada a participação no crime, o delegado vai solicitar a prisão preventiva. Élvis continua foragido.
     Na apresentação realizada nesta segunda-feira, também estiveram presentes o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Michelotto, além de autoridades policiais, do Instituto Criminalística e também do Instituto Médico Legal (IML).

Corpo encontrado

     O corpo da universitária foi encontrado na tarde de sexta-feira (17) em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a polícia, o cadáver encontrado na sexta-feira estava em avançado estado de decomposição. O reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML. O resultado do procedimento foi confirmado oficialmente pela Sesp por volta das 21 horas de sexta-feira (17), por meio da assessoria de imprensa.
     O corpo ainda foi examinado no Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (20) e deve ser liberado no início desta semana, segundo a Sesp.    O Instituto Médico Legal (IML) revelou que o corpo tinha uma marca de tiro na cabeça e mais exames eram realizados, como a coleta de material das unhas e de outras partes do corpo, para eventuais perícias solicitadas ao longo das investigações criminais. A polícia confirmou que a jovem recebeu pelo menos dois tiros na cabeça, já que foram encontrados dois projéteis no crânio de Louise.

Crime

     Louise desapareceu após sair do trabalho, em Curitiba, por volta das 22h45 do dia 31 de maio. Ela trabalhava como supervisora na iogurteria de um shopping, no Centro da capital paranaense, e cursava Comércio Exterior na Faculdade Uninter.

Élvis de Souza, que teria envolvimento no crime continua foragido (Felippe Aníbal / Gazeta do Povo)
Élvis de Souza, que teria envolvimento no crime continua foragido (Felippe Aníbal / Gazeta do Povo)

 Fonte: Gazeta do Povo

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