Juares Andrade Bezerra caiu no choro ao ver a mulher e os dois filhos quando deixou o Presídio Central mediante um habeas corpus - Valdir Friolin / Agencia RBS
O supervisor de serviços do Banrisul em Canoas Juares Andrade Bezerra, 50 anos, foi preso na terça-feira, suspeito de ter facilitado o roubo a uma sala de autoatendimento do Banrisul em um shopping de Canoas. A ação criminosa ocorreu no dia 11 de março, quando criminosos levaram R$ 150 mil em dinheiro.
Desde então, membros do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) iniciaram uma mobilização pela liberdade do colega, que tem 31 anos de carreira no Banrisul. Na quarta-feira, fizeram um protesto diante do Tribunal de Justiça do Estado.
Depois de deixar para trás os muros da prisão, Bezerra foi levado à sede do SindBancários, no centro da Capital, onde conversou com Zero Hora. Permitiu a publicação de seu nome, com a condição de que a foto não expusesse ele ou a família. Ele falou sobre o assalto e defendeu-se das suspeitas. Leia alguns trechos da entrevista.
ZH – A polícia pediu a sua prisão preventiva por entender que o senhor é suspeito de ter facilitado o assalto. O que diz disso?
Bezerra – É uma inverdade, um absurdo. Eu sou inocente. Tenho 31 anos de banco e nunca tinha estado em uma delegacia, nem para visitar um amigo.
ZH – Os vigilantes relataram à polícia que o senhor os teria mandado embora enquanto abastecia os caixas. Segundo a polícia, eles teriam achado isso estranho. O procedimento foi esse mesmo?
Bezerra – É de praxe. Eu abasteço os caixas, e eles vão passando adiante, para abrir caminho. Eu sigo logo atrás. Fazemos dessa forma para dar conta do trabalho.
ZH – A polícia chegou a sugerir que seus bens não seriam condizentes com a sua condição de bancário. Como o senhor explica isso?
Bezerra – Tenho uma casa em Canoas e dois carros, um Logan e um Fiesta. Tudo foi financiado. O Logan foi comprado em 48 prestações, e o Fiesta em 60. Em relação à casa, consegui comprar o terreno em 2004, por R$ 63 mil, depois de vender uma casa que eu tinhaem Campo Grande , onde morava antes de vir para cá, e um carro. Também tivemos que vender o apartamento de R$ 65 mil onde a gente estava vivendo. Moramos de aluguel até a casa ficar pronta. Em janeiro de 2005, eu e os meus filhos construímos os alicerces. Também fui eu que botei o piso, as lajotas, tudo. Trabalhava no banco até umas 18h e ia para a obra, onde trabalhava até meia-noite. A casa tem dois andares e sótão. É só o que tenho.
ZH – Por que o senhor não conseguiu reconhecer os assaltantes? A polícia entende que esse seria um indício de que o senhor estaria envolvido no crime.
Bezerra – O delegado perguntou se eu reconhecia as pessoas que fizeram o assalto. Eu dei as características, mas disse que não tinha como reconhecer por foto. Um deles estava de boné e óculos escuros e o outro estava sempre de costas. O delegado mostrou fotos, mas eu não tinha como ter certeza. Ele se alterou. Me disse que, se eu não identificasse os dois até as 18h, ele pediria a minha prisão. Eu não sabia o que fazer. Procurei o sindicado e fui no jurídico do banco. Me tranquilizaram.
Desde então, membros do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) iniciaram uma mobilização pela liberdade do colega, que tem 31 anos de carreira no Banrisul. Na quarta-feira, fizeram um protesto diante do Tribunal de Justiça do Estado.
Depois de deixar para trás os muros da prisão, Bezerra foi levado à sede do SindBancários, no centro da Capital, onde conversou com Zero Hora. Permitiu a publicação de seu nome, com a condição de que a foto não expusesse ele ou a família. Ele falou sobre o assalto e defendeu-se das suspeitas. Leia alguns trechos da entrevista.
ZH – A polícia pediu a sua prisão preventiva por entender que o senhor é suspeito de ter facilitado o assalto. O que diz disso?
Bezerra – É uma inverdade, um absurdo. Eu sou inocente. Tenho 31 anos de banco e nunca tinha estado em uma delegacia, nem para visitar um amigo.
ZH – Os vigilantes relataram à polícia que o senhor os teria mandado embora enquanto abastecia os caixas. Segundo a polícia, eles teriam achado isso estranho. O procedimento foi esse mesmo?
Bezerra – É de praxe. Eu abasteço os caixas, e eles vão passando adiante, para abrir caminho. Eu sigo logo atrás. Fazemos dessa forma para dar conta do trabalho.
ZH – A polícia chegou a sugerir que seus bens não seriam condizentes com a sua condição de bancário. Como o senhor explica isso?
Bezerra – Tenho uma casa em Canoas e dois carros, um Logan e um Fiesta. Tudo foi financiado. O Logan foi comprado em 48 prestações, e o Fiesta em 60. Em relação à casa, consegui comprar o terreno em 2004, por R$ 63 mil, depois de vender uma casa que eu tinha
ZH – Por que o senhor não conseguiu reconhecer os assaltantes? A polícia entende que esse seria um indício de que o senhor estaria envolvido no crime.
Bezerra – O delegado perguntou se eu reconhecia as pessoas que fizeram o assalto. Eu dei as características, mas disse que não tinha como reconhecer por foto. Um deles estava de boné e óculos escuros e o outro estava sempre de costas. O delegado mostrou fotos, mas eu não tinha como ter certeza. Ele se alterou. Me disse que, se eu não identificasse os dois até as 18h, ele pediria a minha prisão. Eu não sabia o que fazer. Procurei o sindicado e fui no jurídico do banco. Me tranquilizaram.
>>>Leia a entrevista completa na Zero Hora desta sexta-feira
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