Supertufão nas Filipinas deixa pelo menos oito
mortos e cenário de destruição
Foto: CNA PHOTO / AFP / CP
"Dava a impressão de ser fim do mundo",
declara Bebeth Saquing, que já viu dezenas de tempestades em sua vida, mas nada
comparado com o supertufão Mangkhut, que passou neste sábado por sua região
norte das Filipinas, com ventos de mais de 250 km/h. O fenômeno, o mais
violento do ano entre as dezenas de tempestades que muitas vezes atingem o
arquipélago, deixou um rastro de casas destruídas, árvores e telhados
arrancados, cortes de energia e deslizamentos de terra. "Parecia o fim do
mundo, foi mais forte que o Lawin", comenta Saquing, 64 anos, que lembra
de outro poderoso tufão que atingiu a região em 2016. A casa de Saquing, no
entanto, conseguiu resistir aos ventos causados pelo supertufão.
Ao menos oito pessoas morreram nas Filipinas na
passagem de Mangkhut. Cerca de quatro milhões de pessoas vivenciaram a passagem
de um dos mais destruidores dos tufões no norte de Luzon, uma região rural e
agrícola das Filipinas. A magnitude dos danos aparece ao longo deste sábado,
com o desabamento de morros e inundações incontroláveis que levaram à evacuação
dos habitantes de suas casas inundadas. As autoridades apenas começam a avaliar
os danos do dia. Vários comboios de socorridas foram enviados para as áreas
rurais de Luzon, onde grande parte do arroz e milho do país são produzidos.
Duas vezes mais forte
O medo espalhou-se rapidamente entre os quase
quatro milhões de pessoas que viviam na área, antes mesmo de o supertufão
chegar à terra. Milhares de pessoas foram evacuadas de áreas onde havia alertas
sobre sérios riscos de inundações e deslizamentos de terra. Myrna Parallag e
seus dois netos fugiram de casa um dia antes de Mangkhut atingir a região.
O NDRRMC (Conselho Nacional de Gestão de Redução
de Riscos de Desastres das Filipinas) alertou que a força destruidora de
Mangkhut pode ser semelhante à de Haiyan, um supertufão que deixou mais de 7
mil entre mortos e desaparecidos e 16 milhões de afetados em novembro de 2013.
No entanto, a área onde Mangkhut passou é menos densamente povoada e se
encontra protegida por montanhas que amortecem o impacto do tufão, por isso que
o potencial de vítimas é muito menor.
O governo das Filipinas afirmou estar preparado
para que o tufão passe pelo país sem deixar vítimas e mobilizaram US$ 30
milhões para uma resposta emergencial ao Mangkhut. A Cruz Vermelha estima que o
número de afetados pelo tufão será de 10 milhões. A diferença no cálculo é que
a organização humanitária leva em consideração as pessoas que vivem da agricultura
na região de Luzon e as perdas que elas sofrerão devido à passagem do Mangkhut
pelas plantações.
"Receio que as inundações sejam sérias e
cheguem à minha casa", disse a mulher de 53 anos à AFP, enquanto procurava
um abrigo perto da cidade de Tuguegarao. Não é a primeira vez que ela vê um
tufão dessa magnitude. Parallag sobreviveu a Lawin, também conhecido como
supertufão Haima, mas desta vez perdeu sua casa.
"De acordo com as previsões, o tufão agora é
duas vezes mais forte", explicou Parallag, que ganha a vida vendendo
comida nas ruas. Agora, uma vez que o tufão Mangkhut começa a deixar o
território filipino, o balanço de vítimas pode aumentar, alertou Ricardo Jalad,
chefe do escritório da Defesa Civil.
AFP e EFE
Correio do Povo
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