sábado, 15 de setembro de 2018

Supertufão nas Filipinas deixa pelo menos oito mortos e cenário de destruição

Fenômeno foi o mais violento do ano na região

Supertufão nas Filipinas deixa pelo menos oito mortos e cenário de destruição | Foto: CNA PHOTO / AFP / CP
   Supertufão nas Filipinas deixa pelo menos oito mortos e cenário de destruição
   Foto: CNA PHOTO / AFP / CP

"Dava a impressão de ser fim do mundo", declara Bebeth Saquing, que já viu dezenas de tempestades em sua vida, mas nada comparado com o supertufão Mangkhut, que passou neste sábado por sua região norte das Filipinas, com ventos de mais de 250 km/h. O fenômeno, o mais violento do ano entre as dezenas de tempestades que muitas vezes atingem o arquipélago, deixou um rastro de casas destruídas, árvores e telhados arrancados, cortes de energia e deslizamentos de terra. "Parecia o fim do mundo, foi mais forte que o Lawin", comenta Saquing, 64 anos, que lembra de outro poderoso tufão que atingiu a região em 2016. A casa de Saquing, no entanto, conseguiu resistir aos ventos causados pelo supertufão.

Ao menos oito pessoas morreram nas Filipinas na passagem de Mangkhut. Cerca de quatro milhões de pessoas vivenciaram a passagem de um dos mais destruidores dos tufões no norte de Luzon, uma região rural e agrícola das Filipinas. A magnitude dos danos aparece ao longo deste sábado, com o desabamento de morros e inundações incontroláveis que levaram à evacuação dos habitantes de suas casas inundadas. As autoridades apenas começam a avaliar os danos do dia. Vários comboios de socorridas foram enviados para as áreas rurais de Luzon, onde grande parte do arroz e milho do país são produzidos.

Duas vezes mais forte

O medo espalhou-se rapidamente entre os quase quatro milhões de pessoas que viviam na área, antes mesmo de o supertufão chegar à terra. Milhares de pessoas foram evacuadas de áreas onde havia alertas sobre sérios riscos de inundações e deslizamentos de terra. Myrna Parallag e seus dois netos fugiram de casa um dia antes de Mangkhut atingir a região.

O NDRRMC (Conselho Nacional de Gestão de Redução de Riscos de Desastres das Filipinas) alertou que a força destruidora de Mangkhut pode ser semelhante à de Haiyan, um supertufão que deixou mais de 7 mil entre mortos e desaparecidos e 16 milhões de afetados em novembro de 2013. No entanto, a área onde Mangkhut passou é menos densamente povoada e se encontra protegida por montanhas que amortecem o impacto do tufão, por isso que o potencial de vítimas é muito menor.

O governo das Filipinas afirmou estar preparado para que o tufão passe pelo país sem deixar vítimas e mobilizaram US$ 30 milhões para uma resposta emergencial ao Mangkhut. A Cruz Vermelha estima que o número de afetados pelo tufão será de 10 milhões. A diferença no cálculo é que a organização humanitária leva em consideração as pessoas que vivem da agricultura na região de Luzon e as perdas que elas sofrerão devido à passagem do Mangkhut pelas plantações.

"Receio que as inundações sejam sérias e cheguem à minha casa", disse a mulher de 53 anos à AFP, enquanto procurava um abrigo perto da cidade de Tuguegarao. Não é a primeira vez que ela vê um tufão dessa magnitude. Parallag sobreviveu a Lawin, também conhecido como supertufão Haima, mas desta vez perdeu sua casa.

"De acordo com as previsões, o tufão agora é duas vezes mais forte", explicou Parallag, que ganha a vida vendendo comida nas ruas. Agora, uma vez que o tufão Mangkhut começa a deixar o território filipino, o balanço de vítimas pode aumentar, alertou Ricardo Jalad, chefe do escritório da Defesa Civil.


AFP e EFE
Correio do Povo

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