Candidato do PSL acredita que Adelio Bispo não
agiu sozinho e que crime foi planejado
Foto: Reprodução CP
O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro
(PSL), acredita que o ataque à faca do qual foi alvo no último dia 6, em Juiz de
Fora (MG), teve motivação política. Em entrevista à rádio Jovem Pan,
ele sugeriu que a Polícia Federal (PF), que é responsável pela investigação,
pode estar agindo para abafar o caso.
Na gravação de vídeo, no hospital Albert Einstein
onde está internado desde o dia 7, o presidenciável disse ainda que deve ter
alta até o final do mês - antes, portanto do 1º turno -, mas que não vai fazer
campanha nas ruas por causa de sua condição debilitada. "Entendo que foi
planejado. Foi político, sem a menor dúvida. Me tirando do combate, os próximos
três ou quatro da relação são parecidos", disse Bolsonaro, em referência a
seus adversários na disputa. "Ele deu a facada e rodou, para me matar
mesmo. O cara sabia o que estava fazendo", reforçou.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o
capitão reformado do Exército ainda contestou a linha de investigação adotada
pela Polícia Federal sobre o caso. "Acredito que o Adelio (Bispo de
Oliveira, autor confesso do atentado) não agiu sozinho. A tendência natural de
um ato como aquele é ser linchado, então ele foi para a missão com a certeza
que não seria linchado, que teria gente ao lado dele", frisou.
"Pelo que ouvi dizer, não tenho certeza
ainda, a Polícia Civil de Juiz de Fora está bem mais avançada que a PF. O
depoimento do delegado que está conduzindo, realmente é para abafar. Eu lamento
o que ouvi ele falando. Dá a entender até que age em parte como uma defesa do
criminoso. Isso não pode acontecer", comentou Bolsonaro.
Após ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos
financeiro, telefônico e telemático de Adelio, o delegado federal Rodrigo
Morais e sua equipe não encontraram indício de que o autor da facada tenha
agido a mando de terceiros.
Campanha
Na primeira entrevista em vídeo gravada desde o
incidente, Bolsonaro se emocionou em alguns momentos e chegou a chorar ao ouvir
o filho, Flávio, contar como recebeu a notícia no dia. "Receberei alta no
dia 31 (sic), antes das eleições. Mas, a recomendação é que eu fique em casa.
Na situação em que estou, se eu levar um esbarrão posso botar tudo a perder.
Então não posso ir às ruas novamente", comentou.
O candidato também rebateu acusações como as
formuladas pela candidata da Rede, Marina Silva, para quem ele foi vítima da
violência que prega. "É exatamente o contrário. Sou vítima daquilo que
combato", disse o deputado, que também defendeu a adoção de leis mais
duras contra este tipo de crime. "Prefiro a cadeia cheia de vagabundo a
cemitério cheio de inocente", afirmou o candidato.
ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo
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