As sentenças foram lidas pela juíza Cristiane
Busatto Zardo, que presidiu o julgamento
Foto: Reprodução / TJRGS / CP
Após dois dias de julgamento, os três homens acusados de atacarem três judeus em 2005,
foram considerados culpados jurados do plenário da 2º vara do Juri do Foro
Central, em Porto Alegre. As sentenças foram lidas pela juíza Cristiane Busatto
Zardo, que presidiu o julgamento, às 21h30min. A expectativa foi grande, com
familiares das vítimas e dos réus, além da imprensa, se aglomerando na sala do
júri.
Laureano Vieira Toscani e Thiago Araújo da Silva
foram condenados a 13 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Fábio
Roberto Sturm a 12 anos e oito meses de reclusão. Thiago e Fábio, de acordo com
a magistrada, poderão recorrer em liberdade.
O julgamento recomeçou na manhã desta terça-feira.
O trio foi acusado de atacar três jovens judeus em 8 de maio na esquina das
ruas Lima e Silva e da República, no bairro Cidade Baixa. Os réus foram
submetidos à júri popular por tentativa de homicídio por motivo torpe em razão
do antissemitismo e racismo. De acordo com o Ministério Público, as vítimas
usavam quipás (pequeno chapéu em forma circular usado pelos judeus) sendo
avistadas pelos agressores que estavam em um bar.
Por coincidência, o julgamento começou na
terça-feira, no dia do Yom Kipur, uma datas mais sagradas do calendário
judaico. “Perdão e justiça são parecidos em determinados momentos. É mais um
sinal de que é possível que se faça justiça após tantos anos”, afirmou o
presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs), Zalmir
Chwartzmann, que esteve presente no início da sessão. “Agrediram três meninos
cujo único crime era estar com o quipá”, recordou.
“Como o sistema judiciário demora tanto tempo
para chegar até esse momento?”, indagou. Para Chwartzmann, essa é a discussão
que se deve colocar no momento. “Demorar tanto tempo está se fazendo justiça?”,
questionou.
O presidente da Firs lamentou a intolerância
existente no Rio Grande do Sul, inclusive em Porto Alegre. “Toda a semana temos
manifestações nazistas e antissemitas”, assegurou ele. Zalmir Chwartzmann
entende que “o discurso e agressão do ódio não têm nenhum sentido”.
Na opinião dele, o julgamento é importante não só
para a comunidade judaica, mas para toda sociedade que “precisa combater o ódio
e o discurso dos radicais”. Ele declarou também que acredita na Justiça. “Estas
pessoas não podem sair impunes”, concluiu o presidente da Firs.
Correio
do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário