Ministra do TSE refutou críticas sobre urnas
eletrônicas
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
/ CP Memória
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), ministra Rosa Weber, disse na tarde desta terça-feira que as urnas
eletrônicas são "absolutamente confiáveis" e, desde a sua
implantação, em 1996, até hoje não foi comprovado nenhum caso de fraude. Em
transmissão ao vivo no último domingo, o candidato do PSL à Presidência da
República, Jair Bolsonaro, disse que as eleições de outubro podem resultar em
uma "fraude" por causa da
ausência do voto impresso.
"A grande preocupação realmente não é perder
no voto, é perder na fraude. Então essa possibilidade de fraude no segundo
turno, talvez até no primeiro, é concreta", declarou Bolsonaro, que lidera
as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno e vê risco de derrota em
cenários de segundo turno. As urnas eletrônicas começaram a ser usadas no País
nas eleições municipais em 1996.
Para Rosa Weber, é importante frisar que os
equipamentos são auditáveis. "Temos 22 anos de utilização de urnas
eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres
para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da
realidade, nós temos que buscar os dados da realidade", frisou a ministra,
em rápida conversa com jornalistas antes da sessão da Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF).
"Para mim, presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis. Eu tenho muita tranquilidade,
e nosso corpo de servidores trabalha com dedicação. Nós abrimos para
possibilidade de auditagem de maneira geral. Estamos procurando através da
Ascom (assessoria de comunicação) fazer um movimento de relembrar esses dados
todos, explicar para população. O mais importante é dizer para população que
são auditáveis", completou Rosa.
A presidente do TSE observou que, nas últimas
eleições presidenciais, em 2014, o PSDB pediu uma auditoria, depois de o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) ser derrotado por uma pequena margem de votos
para a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. "Nas últimas
eleições presidenciais, houve uma desconfiança, o partido que no caso não saiu
vencedor, expressou, requereu e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano
se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis", afirmou
Rosa.
Saci-pererê
Na última segunda-feira, durante café da manhã
com jornalistas, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, rebateu as declarações de Bolsonaro.
"Os sistemas (da urna eletrônica) são abertos a auditagem para todos os
partidos políticos seis meses antes da eleição, também para o Ministério
Público e para a OAB", comentou Toffoli, que presidiu o TSE durante a
campanha eleitoral de 2014.
"Me orgulho disso porque quando estive à
frente do TSE estabeleci uma série de intercâmbios. Isso é importante para
acabar com determinadas lendas que possam surgir. Tem gente que acredita em
saci-pererê", completou Toffoli, citando o famoso personagem do folclore
nacional.
ESTADÃO
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Correio do Povo
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