China e Venezuela assinam 28 acordos de
cooperação estratégica | Foto: HO, Marcelo Garcia / AFP / CP
A visita oficial do presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro, à China rendeu nesta sexta-feira a assinatura de vários acordos
de cooperação estratégica nos setores de petróleo, mineração, economia,
segurança, tecnologia e saúde, no marco da 16ª Comissão Mista entre os dois
países. "Hoje estão sendo assinados 28 acordos que ratificam o caminho do
desenvolvimento compartilhado dos investimentos para tornar realidade o
crescimento de nossas empresas mistas", disse Maduro em discurso em
Pequim, antes de se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.
Entre os
acordos, assinados junto com o chanceler chinês e conselheiro de Estado, Wang
Yi, se destacam a concessão de 9,9% das ações da empresa mista petrolífera
Sinovensa, e a assinatura de um memorando de entendimento para o
desenvolvimento das empresas de hidrocarbonetos Petrourica e Petrozumano.
Também foi assinado um acordo para fortalecer a
cooperação entre a Corporação Nacional de Exploração de Gás da China (CNODC) e
a Petróleos de Venezuela (PDVSA) com o objetivo de explorar o gás no país e
outro de exploração do setor aurífero, com a empresa chinesa Yankuang Group.
Além disso, as partes assinaram um memorando de entendimento entre a empresa de
tecnologia ZTE e o Ministério do Poder Popular para a Saúde venezuelano.
Maduro ressaltou que os acordos estão alinhados
com o Programa de Recuperação, Crescimento e Prosperidade Econômica da
Venezuela, iniciado no último dia 20, e afirmou que as relações comerciais
entre ambas as nações "passaram pelas provações da crise financeira
mundial". "Tive que lidar com as medidas de sanções econômicas dos
Estados Unidos e da Europa, que perseguiram as contas bancárias da Venezuela,
sequestraram bilhões de dólares em contas internacionais e bloquearam nosso
comércio", denunciou o presidente venezuelano.
Além disso, Maduro se referiu aos desafios
"econômicos" que a Venezuela vive devido à "guerra imposta por
países imperiais" e valorizou o apoio de China para solucioná-los.
"Graças aos acordos da comissão mista e à sólida relação entre China e
Venezuela, nosso país pôde enfrentar essas circunstâncias e posso dizer que
hoje a Venezuela está de pé", afirmou Maduro.
Já Wang disse que, "apesar das complexas
circunstâncias internacionais, a China está disposta a trabalhar com a
Venezuela para fortalecer as trocas comerciais e a amizade entre ambos os
países, por isso será necessário otimizar os modelos de cooperação, a fim de
enriquecer a associação estratégica". "Os líderes vão chegar a novos
consensos, vão elevar a qualidade e a quantidade da cooperação. Nossa relação
está em uma importante etapa de desenvolvimento; queremos que continue sendo
sólida e que avançando", ressaltou Wang.
A inesperada visita de Maduro a Pequim ocorre em
um momento no qual a Venezuela vive graves dificuldades econômicas e pouco
depois de a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, viajar nesta mesma
semana ao país asiático, onde se reuniu com o presidente da Corporação Nacional
de Petróleo da China (CNPC), Zhang Jianhua.
EFE
Correio do Povo
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