Imagem: UFPel
Após o Ministério da Educação (MEC) ter
anunciado um corte de 30% nos repasses a universidades e institutos federais de
educação, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) emitiu uma nota alertando
que pode encerrar as atividades, em setembro, em função da indisponibilidade de
R$ 29 milhões em caixa.
O corte, anunciado na terça pelo ministro da
Educação, Abraham Weintraub, pode afetar mais de 60 universidades e
aproximadamente 40 institutos federais de educação, ciência e tecnologia.
A informação inicial era de redução apenas nas
Universidades de Brasilia (UnB), Federal da Bahia (UFBA) e Federal Fluminense
(UFF) em função de mau desempenho e suposta “balbúrdia”, com sem-terras e “gente
pelada” nos campi, nas palavras do ministro.
Em entrevista à Rádio
Guaíba, o reitor da Ufpel, Pedro Rodrigues Curi Hallal, lembrou que
a instituição é a primeira do país a expôr a situação falando em fechamento.
“Somos os primeiros a dizer que iremos fechar as portas, em setembro. Não temos
condições de permanecer sem pagar contas básicas como água, luz, telefone”,
relata.
O reitor entende como motivação política – e
não econômica – a redução do orçamento. “É uma perseguição que vem sendo feita
às universidade federais desde a época da campanha desse governo. Entretanto,
eles ainda não se colocaram na posição que realmente estão ocupando”, completa
Hallal.
“Governo está brincando de governar”
Após a instituição reiterar, por meio de nota,
“a importância da área de Ciências Humanas, notadamente os campos de
conhecimento da Filosofia e da Sociologia”, o reitor da UFPel disse que o
“governo está brincando de governar via Twitter, via redes sociais”.
Hallal lembrou, ainda, que o ministro da
Educação “brincou no Twitter dizendo que conversar com os reitores sobre
diversidade seria como perguntar a um diabético sobre doces”. Na visão do
reitor, essa é uma das declarações mais infelizes feitas pelo atual governo.
Conforme a nota da Reitoria, “a liberdade e a
pluralidade de pensamento, a troca de ideias e o diálogo acadêmico entre as diversas
áreas é que permitem o avanço do conhecimento científico e do pensamento
complexo, necessários à compreensão da realidade e à atuação na sociedade, de
modo a contribuir com a formação profissional e pessoal de forma ética,
socialmente comprometida e solidária”.
Por fim, a administração da UFPel pede ao
governo federal “que não transforme a educação num terreno de batalhas, visto
que somente através dela formaremos a consciência que não se limita a
adaptar-se à realidade, mas a transformá-la”.
Fonte: Laura Gross | Rádio Guaíba
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