terça-feira, 11 de setembro de 2018

PT oficializa Fernando Haddad como candidato a presidente

Partido acatou decisão do TSE que barrou o nome do ex-presidente Lula

PT oficializa Fernando Haddad como candidato a presidente | Foto: Twitter / Fernando Haddad / Divulgação / CP
   PT oficializa Fernando Haddad como candidato a presidente | Foto: Twitter / Fernando Haddad / Divulgação / CP

Fernando Haddad é o candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República. Após várias lutas jurídicas, o PT acatou, nesta terça-feira,  decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que barrou o nome do ex-presidente Lula em razão da sua condenação em 2ª instância no caso do triplex e, com isso, estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ser considerado inelegível.

A decisão foi tomada no prazo final de 10 dias estipulado no dia 1º pelo ministro Luís Roberto Barroso, para que o partido promovesse a substituição do nome do cabeça da chapa petista. Participaram da reunião em um hotel no centro de Curitiba, além de Haddad, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), a ex-presidente cassada Dilma Rousseff, o senador Lindbergh Farias (RJ) e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, além de outros dirigentes petistas. O PT segue na disputa pelo Palácio do Planalto, então, com o ex-ministro da Educação do governo Lula e ex-prefeito de São Paulo. A deputada estadual Manuela D' Ávila (PCdoB) será a vice na chapa. Ambos, sempre estiveram muito próximos de Lula, preso na sede da Polícia Federal de Curitiba desde abril.

Após a reunião, a cúpula petista segue para a vigília pró-Lula montada em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril. No local, está sendo montada uma estrutura para o anúncio do futuro do PT nas eleições presidenciais.

Lula x TSE

A cúpula do PT chegou a registrar o nome de Lula no TSE, no último dia do calendário eleitoral. Porém, vários pedidos de impugnação foram impetrados e a Corte julgou e barrou a candidatura do líder petista. Nem mesmo a recomendação de um comitê da ONU, no dia 17 de agosto, afirmando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção e lavagem de dinheiro, deveria ser autorizado a fazer campanha e disputar as eleições até que seus recursos legais sejam totalmente examinados, alterou o panorama desenhado: Lula fora do pleito.

Nessa segunda, a presidente do TSE, Rosa Weber, negou a prorrogação do prazo para o PT substituir o nome de Lula na cabeça de chapa presidencial. A negativa foi dada na mesma decisão em que a ministra enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o recurso de Lula contra a rejeição, pelo plenário do TSE, de seu registro de candidatura, a qual teve como base a Lei da Ficha Limpa. O relator deverá ser o ministro Celso de Mello.

Os advogados do ex-presidente recorreram ao STF com um pedido urgente para pedir mais prazo para a definição até o dia 17, na próxima segunda-feira. O recurso é apenas um entre os pedidos dos advogados de Lula para manter a candidatura.

Em paralelo à apelação, os advogados entraram com outra petição no Supremo, desta vez pedindo com urgência a concessão de uma liminar (decisão provisória) que permita a Lula continuar como candidato ao menos até o dia 17 - data limite para troca de candidatos, ou até que o plenário do STF discuta em definitivo a situação do ex-presidente.

Segundo a defesa, o TSE julgou o registro de candidatura com "pressa e mais pressa", suprimindo prazos para a defesa, além de ter realizado "duas incríveis e surpreendentes viragens de jurisprudência" para impedir Lula de fazer campanha enquanto recorre da rejeição e abrir de imediato o prazo para o PT trocar de candidato.

Lula condenado

Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cumpre a sentença em regime fechado desde abril em Curitiba.


Correio do Povo

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