PT oficializa Fernando Haddad como candidato a
presidente | Foto: Twitter / Fernando Haddad / Divulgação / CP
Fernando Haddad é o candidato do Partido dos
Trabalhadores à Presidência da República. Após várias lutas jurídicas, o PT
acatou, nesta terça-feira, decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que
barrou o nome do ex-presidente Lula em razão da sua condenação em 2ª instância
no caso do triplex e, com isso, estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ser
considerado inelegível.
A decisão foi tomada no prazo final de 10 dias
estipulado no dia 1º pelo ministro Luís Roberto Barroso, para que o
partido promovesse a substituição do nome do cabeça da chapa petista.
Participaram da reunião em um hotel no centro de Curitiba, além de Haddad, a
presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), a ex-presidente
cassada Dilma Rousseff, o senador Lindbergh Farias (RJ) e o governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel, além de outros dirigentes petistas. O PT segue na
disputa pelo Palácio do Planalto, então, com o ex-ministro da Educação do
governo Lula e ex-prefeito de São Paulo. A deputada estadual Manuela D' Ávila
(PCdoB) será a vice na chapa. Ambos, sempre estiveram muito próximos de Lula,
preso na sede da Polícia Federal de Curitiba desde abril.
Após a reunião, a cúpula petista segue para a
vigília pró-Lula montada em frente ao prédio da Superintendência da Polícia
Federal, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril. No local, está sendo
montada uma estrutura para o anúncio do futuro do PT nas eleições presidenciais.
Lula x TSE
A cúpula do PT chegou a registrar o nome de Lula no TSE, no
último dia do calendário eleitoral. Porém, vários pedidos de impugnação foram
impetrados e a Corte julgou e barrou a candidatura do líder petista. Nem mesmo a
recomendação de um comitê da ONU, no dia 17 de agosto, afirmando que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção e lavagem de
dinheiro, deveria ser autorizado a fazer campanha e disputar as eleições até
que seus recursos legais sejam totalmente examinados, alterou o panorama
desenhado: Lula fora do pleito.
Nessa segunda, a presidente do TSE, Rosa Weber,
negou a prorrogação do prazo para o PT substituir o nome de Lula na cabeça de
chapa presidencial. A negativa foi dada na mesma decisão em que a ministra
enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o recurso de Lula contra a rejeição,
pelo plenário do TSE, de seu registro de candidatura, a qual teve como base a
Lei da Ficha Limpa. O relator deverá ser o ministro Celso de Mello.
Os advogados do ex-presidente recorreram ao STF com um pedido
urgente para pedir mais prazo para a definição até o dia 17, na próxima
segunda-feira. O recurso é apenas um entre os pedidos dos advogados de Lula
para manter a candidatura.
Em paralelo à apelação, os advogados entraram com
outra petição no Supremo, desta vez pedindo com urgência a concessão de uma
liminar (decisão provisória) que permita a Lula continuar como candidato ao
menos até o dia 17 - data limite para troca de candidatos, ou até que o
plenário do STF discuta em definitivo a situação do ex-presidente.
Segundo a defesa, o TSE julgou o registro de
candidatura com "pressa e mais pressa", suprimindo prazos para a
defesa, além de ter realizado "duas incríveis e surpreendentes viragens de
jurisprudência" para impedir Lula de fazer campanha enquanto recorre da
rejeição e abrir de imediato o prazo para o PT trocar de candidato.
Lula condenado
Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal
da 4ª Região a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Cumpre a sentença em regime fechado desde abril em
Curitiba.
Correio do Povo
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