Créditos:
Arquivo/Rádio Uirapuru
O Ministério
Público Federal em Passo Fundo e a Polícia Federal deflagraram na manhã de hoje
(05) uma operação para desarticular o esquema de corrupção no fornecimento de
dispositivos médico-hospitalares do HSVP, em continuidade às apurações da
Operação Efeito Colateral. Trinta e cinco policiais federais cumpriram seis
mandados de busca e apreensão.
Esta fase da operação visa apurar a conduta de um delegado de
Polícia Federal que teria deixado de investigar o fato criminoso, em Inquérito
Policial requisitado pelo MPF. Também foram identificados recebimentos de
valores supostamente indevidos por parte do servidor.
Verificou-se ainda que o policial adquiriu cotas sociais de uma
empresa que atuava no ramo da importação, exportação, distribuição e
comercialização de equipamentos e materiais médico-hospitalares. Além do
servidor, que foi afastado das funções por decisão judicial, outras pessoas são
investigadas nesta fase, entre elas um médico.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção
ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e associação criminosa.
RELEMBRE
O CASO
Fase I da Operação Efeito Colateral:
No início da manhã de 20 de março, uma terça-feira, o Hospital
São Vicente de Paulo foi alvo de uma ação desencadeada pela Polícia Federal de
Passo Fundo. Tratava-se da primeira fase da Operação Efeito Colateral, que
tinha o objetivo de apurar a ilegalidade de repasses dos recursos do hospital
para uma empresa de fachada localizada em Florianópolis/SC.
As investigações iniciaram em agosto de 2017 e apontavam que o
titular da empresa seria um laranja, vinculado a direção do Hospital.
Em entrevista para a Rádio Uirapuru, o Delegado Chefe da Polícia
Federal, Mauro Vinícius Soares de Moraes, salientou que as investigações não se
referiam à instituição hospitalar e sim apenas a irregularidades cometidas por
um servidor que ocupa cargo na direção. Também destacou que as diligências
iniciaram a partir de graves denúncias que envolviam verbas específicas do SUS.
O Delegado Mauro relatou que foram cinquenta policiais que
cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Passo Fundo, Porto Alegre e
Florianópolis na primeira etapa da operação, que foi coordenada pelo Delegado
Federal Guilherme Siqueira. Na Uirapuru, ele afirmou que aquela era uma ação em
estágio inicial e futuras fases deveriam ocorrer.
Fase II da Operação Efeito Colateral:
Por volta das 7h da manhã de 15 de maio, também uma terça-feira,
agentes da Polícia Federal iniciaram uma operação de busca e apreensão no
Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo. As informações iniciais davam
conta de que também uma outra equipe estava na Rua João de Cesaro, proximidades
da Praça Santa Terezinha, onde seria o endereço residencial de um médico
oncologista. Em outros pontos também haviam relatos de ouvintes de viaturas da
Polícia Federal fazendo abordagens.
Os mandados foram realizados no próprio hospital, em duas
clínicas, um escritório de contabilidade, além das residências de suspeitos
investigados na Operação Efeito Colateral II.
No HSVP, os agentes entraram no prédio pelo setor da oncologia,
na rua XV de Novembro. Neste prédio também ficam os setores de administração e
jurídico da instituição.
Por volta das 9h do mesmo dia, a Polícia Federal saiu do prédio
da Rua João de Cesaro, proximidades da Praça Santa Terezinha, onde seria o
endereço residencial de um médico oncologista. A equipe dos policiais estava
levando um malote de tecido preto com o objeto da busca a qual foram fazer em
um dos apartamentos. Após encontrarem o objeto, liberaram duas testemunhas que
haviam sido levadas junto e saíram do local.
Já na rua Coronel Gabriel Bastos, próximo aos fundos do Clube
Comercial, uma equipe da Polícia Federal estava em uma mansão que, segundo
informações, pertencia a uma médica do HSVP.
A fase II da Operação Efeito Colateral contou com 40 Policiais
Federais, que cumpriram 10 mandados de busca em Passo Fundo.
Segundo o Delegado Chefe da Polícia Federal de Passo
Fundo, Mauro Vinícius Soares de Moraes, a equipe da PF da cidade não
sabia dessa fase da operação. Todas as ações foram feitas por policiais de
Porto Alegre. As viaturas e os agentes nem chegaram a utilizar a estrutura da
própria delegacia de Passo Fundo e algumas equipes retornaram diretamente à
Porto Alegre.
Ao todo, seis pessoas foram investigadas, entre elas, médicos e
empresários ligadas ao setor médico. Até aquele momento, a Polícia Federal não
havia divulgado nomes de suspeitos, da empresa médica, das clínicas e do
escritório porque a investigação prosseguia na Delegacia de Repressão a
Corrupção e Crimes Financeiros, em Porto Alegre.
Em nota divulgada à imprensa, o Hospital São Vicente de Paulo
(HSVP) de Passo Fundo afirmou que, diante da Operação Efeito Colateral II,
mantinha seu posicionamento de colaborar com as autoridades para que fosse
amplamente esclarecida a situação.
Fonte:
Rádio Uirapuru | Passo Fundo
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