Deputados
retomam votação nesta quarta-feira
Assembleia Legislativa encerra sessão sem votar
RRF e PECs
Foto: Samantha Klein / Rádio Guaíba / Especial / CP
A Assembleia Legislativa (AL) encerrou no fim da
tarde desta terça-feira a sessão extraordinária sem votar a adesão do Rio
Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que autoriza o Governo a vender a Companhia Estadual de
Energia Elétrica (Ceee), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a
Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) sem exigência de
plebiscito. Os deputados voltam a se reunir às 14h desta quarta-feira para nova
sessão extraordinária.
A única
medida aprovada foi a que trata da própria convocação extraordinária da
Assembleia, por 30 votos a 19.
Após uma
tarde inteira de debates, no fim da tarde, o líder do governo, Gabriel Souza
(PMDB) entregou ofício pedindo para presidência da Casa a convocação de duas
sessões extraordinárias - uma para a noite de hoje e a outra para manhã desta
quarta-feira - com intuito de votar a adesão ao RRF e as PECs. O presidente da
Casa, deputado Edegar Pretto (PT), rejeitou o pedido por não haver ser citado,
no documento, os artigos regimentais que embasam a solicitação.
A sessão chegou a ser suspensa por alguns minutos,
até o deputado Pretto retomar colhendo votos para decidir a ordem de votação.
Mas a pedido dos deputados, como a sessão já ultrapassava o prazo, o presidente
encerrou a ordem do dia.
Protestos
em frente à Assembleia
Representante
de sindicatos contrários à adesão e a privatização das companhias gaúchas
protestaram durante o dia em frente a Assembleia Legislativa. Nenhum confronto
ou tumulto foi registrado durante a tarde. Muitos manifestantes se expressaram
com gritos de “Fora, Sartori” e vaias quando representantes da base aliada
discursava enquanto assistiam pela televisão a sessão.
Dentro da
Casa, presentes nas galerias se manifestaram várias vezes durante a sessão
contrárias às pautas do governo. O líder do governo, Gabriel Souza, reclamou
para o presidente sobre a interrupção do público durante a fala da oposição. A
sessão chegou a ser interrompida por causa de acusações entre manifestantes dos
dois lados das galerias.
A
deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) criticou a necessidade de convocação
extraordinária para debater matérias uma semana antes do início do ano
legislativo. "Essa convocação é um desrespeito à Assembleia", apontou
e reforço o discurso de que os projetos em debate são uma fraude. Durante seu
depoimento, a deputada rebateu gritos de grupo manifestantes: "Como gostam
de gritar para mulheres. Viemos para ficar e lutar pelo desenvolvimento do Rio
Grande", disse. "Não salvaria o Rio Grande, esse Regime de
Recuperação Fiscal. É mentira, é mentira, é mentira", finalizou ela.
O
deputado Catarina Paladini (PSB) compareceu na Assembleia Legislativa de
cadeiras de rodas por conta de uma recuperação de procedimento cirúrgico para
votar pela adesão ao RRF. "Compreendo que é importante estar aqui. A
bancada do PSB vem cumprindo papel fundamental e não é diferente agora. Temos
clareza e votaremos favorável ao RRF, mas temos contrariedades em relação às
estatais, mas a nossa função de abrir a janela de discussão e debate, isso o
PSB fará", afirmou.
Correio do Povo e Rádio Guaíba
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