terça-feira, 17 de outubro de 2017

Professores da rede estadual de Santo Augusto divulgam nota de esclarecimento



Após quase um mês de greve, nesta segunda-feira, 16, os professores da rede estadual de Santo Augusto retomaram as atividades letivas. O sucateamento da educação pública – resultado de salários atrasados, parcelamento de 13º, falta de reajuste e infraestrutura precária são alguns dos itens que levaram professores a suspender as aulas no dia 18 de setembro.

Assim como muitos pais entenderam a causa e apoiaram o movimento, inúmeros não veem justificativa plausível para a paralisação – por esse e outros motivos, os professores divulgaram uma nota de esclarecimento, onde apontam motivos que os levaram a greve. 

Abaixo, você confere a nota na íntegra; 


Santo Augusto 16 de outubro de 2017

Carta Aberta à Comunidade Escolar

                Em Santo Augusto a greve do Magistério Público Estadual teve início no dia 18 de setembro, tendo como fator motivador o recebimento de apenas R$ 350,00, sendo que já era o 21º mês de parcelamento do salário do funcionalismo público. Uma decisão que partiu do conjunto de professores e funcionários das escolas estaduais do município, uma atitude difícil de ser tomada, mas naquele momento necessária. Pois afetou a dignidade, a motivação e a esperança de sermos um dia valorizados.

                Porém a greve não aconteceu somente pelo parcelamento salarial, e sim por um conjunto de motivos:

                - salários congelados há três anos com a previsão até 2020, sem reposição, sendo que está defasado mais de 80%;

                - 13º salário referente a 2016 parcelado em 12 vezes (sem juros), sendo que a promessa para este ano é parcelamento em 24 meses;

                - dificuldade financeira da maioria das escolas, falta merenda e material de expediente, professores e funcionários em praticamente todas as regiões do Estado;

                - as exigências burocráticas estão cada vez maiores;

               - ameaça de não recebermos o salário a partir do mês de outubro;

               - Pela retirada das PECs 261, 257, 242 e 258 e da PL 148, que atacam os direitos dos servidores como: fim da Licença Prêmio; fim do adicional por tempo de serviço;

             - Exigência ao Ministério Público de abertura das contas do governo e cobrança do ressarcimento dos valores relativos à Lei Kandir;

             - Cobrança junto ao judiciário pela revisão do contrato da dívida com a União;

             - Luta pela garantia do IPE público e de qualidade.

             Apesar dos motivos serem justos e não terem sido atendidos, optamos pelo retorno às aulas em consideração e respeito à comunidade. Entendemos que a greve deveria ser de todos os cidadãos pois se não temos serviços de educação, saúde e segurança de qualidade, significa que o Estado falhou com a população.

                Salientamos que o CPERS – Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul, continua mobilizado e muitas escolas permanecem em greve, e a nossa luta segue até que consigamos todas as nossas reivindicações.


Professores e funcionários estaduais


Postado por: Maira Kempf
Rádio Querência

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