Após quase um mês de greve, nesta segunda-feira, 16, os
professores da rede estadual de Santo Augusto retomaram as atividades letivas.
O sucateamento da educação pública – resultado de salários atrasados,
parcelamento de 13º, falta de reajuste e infraestrutura precária são alguns dos
itens que levaram professores a suspender as aulas no dia 18 de
setembro.
Assim como muitos pais entenderam a causa e apoiaram o
movimento, inúmeros não veem justificativa plausível para a paralisação – por
esse e outros motivos, os professores divulgaram uma nota de esclarecimento,
onde apontam motivos que os levaram a greve.
Abaixo, você confere a nota na íntegra;
Santo
Augusto 16 de outubro de 2017
Carta
Aberta à Comunidade Escolar
Em Santo Augusto a greve do Magistério Público Estadual teve início no dia 18
de setembro, tendo como fator motivador o recebimento de apenas R$ 350,00,
sendo que já era o 21º mês de parcelamento do salário do funcionalismo público.
Uma decisão que partiu do conjunto de professores e funcionários das escolas
estaduais do município, uma atitude difícil de ser tomada, mas naquele momento
necessária. Pois afetou a dignidade, a motivação e a esperança de sermos um dia
valorizados.
Porém a greve não aconteceu somente pelo parcelamento salarial, e sim por um
conjunto de motivos:
- salários congelados há três anos com a previsão até 2020, sem reposição,
sendo que está defasado mais de 80%;
- 13º salário referente a 2016 parcelado em 12 vezes (sem juros), sendo que a
promessa para este ano é parcelamento em 24 meses;
- dificuldade financeira da maioria das escolas, falta merenda e material de
expediente, professores e funcionários em praticamente todas as regiões do
Estado;
- as exigências burocráticas estão cada vez maiores;
- ameaça de não recebermos o salário a partir do mês de outubro;
- Pela retirada das PECs 261, 257, 242 e 258 e da PL 148, que atacam os
direitos dos servidores como: fim da Licença Prêmio; fim do adicional por tempo
de serviço;
- Exigência ao Ministério Público de abertura das contas do governo e cobrança
do ressarcimento dos valores relativos à Lei Kandir;
- Cobrança junto ao judiciário pela revisão do contrato da dívida com a União;
- Luta pela garantia do IPE público e de qualidade.
Apesar dos motivos serem justos e não terem sido atendidos, optamos pelo
retorno às aulas em consideração e respeito à comunidade. Entendemos que a
greve deveria ser de todos os cidadãos pois se não temos serviços de educação,
saúde e segurança de qualidade, significa que o Estado falhou com a população.
Salientamos que o CPERS – Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul,
continua mobilizado e muitas escolas permanecem em greve, e a nossa luta segue
até que consigamos todas as nossas reivindicações.
Professores
e funcionários estaduais
Postado por: Maira Kempf
Rádio Querência
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