A Revista Época teve acesso a portaria que
deverá ser publicada após posse de Dodge
Antes
mesmo de tomar posse, o que ocorre na manhã da próxima segunda-feira, a nova
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, já começou a fazer uma “limpa” na
equipe que compõe a força-tarefa da Lava Jato. As informações são da Revista Época.
Conforme
a reportagem, Raquel Dodge decidiu dar um prazo de 30 dias para a saída da
atual equipe da Lava Jato na PGR, nomeada por seu antecessor e adversário
Rodrigo Janot.
A Época
informa que teve acesso à minuta da portaria a ser publicada pela procuradora-geral
após sua posse. Raquel Dodge vai estabelecer que os principais nomes da atual
equipe formem um gabinete de transição. Neste grupo temporário estarão o atual
coordenador do grupo, o promotor Sérgio Bruno, o promotor Wilton Queiroz e os
procuradores Fernando Alencar, Melina Montoya e Rodrigo Telles.
A
portaria causou desconforto no atual GT da Lava Jato, porque alguns
investigadores negociavam a permanência. Raquel Dodge chegou a anunciar
publicamente que todos os integrantes da equipe de Janot estavam convidados a
permanecer na Lava Jato.
Na
lista dos que serão destituídos, os procuradores Rodrigo Telles e Fernando de
Alencar são considerados dois dos principais investigadores da operação. Eles
já tinham manifestado a intenção de continuar na força-tarefa da Lava Jato no
Ministério Público Federal. Para o novo grupo, Dodge deverá nomear oito
procuradores, dentre os quais apenas Maria Clara Barros Noleto e Pedro Jorge do
Nascimento fazem parte da atual equipe, segundo a revista.
A troca
dos procuradores acontece após questionamentos em relação a atuação de Rodrigo
Janot. Durante a gestão de Janot, foi acordada a delação premiada da JBS. Antes
de deixar o cargo, o procurador decidiu rescindir o acordo de colaboração dos
delatores Joesley Batista e Ricardo Saud e oferecer denúncia contra eles por
obstrução de Justiça. Janot também solicitou a conversão da prisão temporária
de ambos em preventiva.
Os
questionamentos à delação da JBS e benefícios aos delatores se intensificaram
quando surgiram indícios de que o ex-procurador Marcelo Miller, que se tornou
advogado que defende o grupo, teria utilizado de informações privilegiadas para
obter a delação dos empresários.
Nos
áudios que os irmãos Batista anexaram por engano nos documentos enviados à
Procuradoria-Geral da República sugerem que eles foram orientados por Miller
para fazer as gravações que incriminam o presidente Michel Temer. Miller era um
procurador da República que trabalhava próximo de Rodrigo Janot, o
Procurador-Geral, nas investigações da operação Lava Jato entre 2014 e 2016. A
função do hoje advogado era fazer frente na negociação de acordos de leniência.
Fonte: Samantha Klein | Rádio Guaíba
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