Saques podem
ser feitos a partir de 19 de outubro
Presidente disse que seu governo está ajudando
a movimentar a economia | Foto: Marcos Corrêa / PR / CP
Em uma
cerimônia feita de última hora para mostrar uma agenda positiva, o presidente
Michel Temer anunciou pessoalmente a liberação de recursos do PIS/Pasep e a
redução o teto da taxa de juros de empréstimos consignados para servidores
e aposentados. Temer fez um discurso exaltando os resultados da economia e não
quis responder a questionamentos sobre política, como se achava que
o Supremo Tribunal Federal (STF) havia extrapolado ao afastar o senador
Aécio Neves (PSDB-MG).
"Hoje
quero fazer dois breves comunicados, celebrando medidas que trarão mais uma vez
benefícios para milhões de brasileiros e brasileiras", disse o presidente
no Salão Leste do Palácio do Planalto, ao lado do ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira, e dos presidentes do Banco do Brasil, Paulo
Cafferelli e da Caixa, Gilberto Occhi.
O
presidente disse que seu governo está ajudando a movimentar economia e que
trabalha com o propósito de construir um país mais moderno "com igualdade
de oportunidades". "Temos trabalhado incansavelmente pela
redução da inflação e queda dos juros", disse.
Temer
afirmou que a liberação de recursos do PIS/Pasep tem o mesmo princípio da
liberação de dinheiro das contas inativas do FGTS, que é permitir ao cidadão
"acesso a um dinheiro que lhe pertence". Segundo ele, com mais
dinheiro as pessoas poderão investir em reformas, compras, ou "como bem
entender". "É um reforço no seu orçamento", declarou.
Segundo o
presidente, muita gente nem sabe ou esquece que tem o dinheiro do PIS/Pasep e
que os saques serão feitos com "método e organização" e que os
beneficiários precisam se informar para não perder a oportunidade de ter
acesso ao recurso. "É mais um estímulo para retomada do crescimento e do
emprego", afirmou.
Sem citar
em nenhum momento a crise política, Temer disse que o Brasil "continuará
nos trilhos do desenvolvimento". Ele lembrou a liberação das contas
inativas do FGTS e disse que, com esse dinheiro e com o do PIS/Pasep,
serão R$ 60 bilhões injetados na economia este ano. "No caso do FGTS,
foram meses e meses de filas de gente muito otimista na Caixa", disse
Temer, que mesmo com índices baixos de popularidade, chegou a ir a uma
agência para tirar fotos com beneficiários e tem na medida uma de suas
bandeiras consideradas positivas.
Temer
anunciou ainda a redução do teto dos juros para o crédito consignado e disse
que segue "o firme compromisso de uma agenda de reformas".
"Esperamos que os recursos que liberamos possam ajudar a tornar
realidade projetos de beneficiados", afirmou.
Como tem
feito em todas as oportunidades, Temer destacou ainda que o Brasil registra
criação de empregos há cinco meses consecutivos.
Bondade
O anúncio
desta quinta é mais uma tentativa do governo de lançar agendas positivas em
meio à tramitação da segunda denúncia contra o presidente na Câmara dos
Deputados. Ele foi feito após reunião entre Temer e os ministros do
Planejamento, Dyogo Oliveira, da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil,
Eliseu Padilha, além do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Este foi
o segundo evento promovido pelo governo relacionado à liberação de recursos do
PIS/Pasep, medida semelhante ao saque de contas inativas do FGTS e que visa
injetar recursos na economia. Em agosto, ao assinar a medida provisória
sobre o tema, o presidente já havia feito o anúncio da liberação dos recursos
em cerimônia no Palácio do Planalto.
A medida
libera os saques de contas do PIS/Pasep para homens com idade a partir de 65
anos e mulheres a partir de 62 anos. Antes, os recursos somente podiam ser
sacados quando o cotista completasse 70 anos.
Os
recursos têm como fonte depósitos feitos em nome dos trabalhadores pelos
empregadores, em programa que durou até 1988. Serão liberados R$ 15,9 bilhões.
Aproximadamente 9 milhões de pessoas devem ser beneficiadas. Correntistas
do Banco do Brasil e da Caixa terão os recursos creditados automaticamente. A
transferência do dinheiro para outras instituições financeiras não
terá custos.
ESTADÃO
conteúdo
Correio
do Povo
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