Presidente
Donald Trump pediu que atletas que protestassem fossem demitidos dos clubes
Jogadores do Jacksonville Jaguars protestaram
durante execução do hino nacional
Foto: Reprodução / Facebook / CP
Se a
intenção de Donald Trump era coibir as manifestações durante o hino nacional em
partidas da NFL, a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, o
tiro saiu pela culatra. Um dia depois do presidente dos Estados Unidos pedir
até a demissão dos
atletas que protestassem durante a execução do hino,
praticamente todos os jogadores repetiram a atitude durante o duelo entre
Baltimore Ravens e Jacksonville Jaguars neste domingo.
Na
partida realizada em Londres, no estádio de Wembley, boa parte dos elencos de
Jaguars e Ravens permaneceram ajoelhados durante o hino nacional, com os braços
entrelaçados. A ação teve o respaldo até dos presidentes de ambas as franquias.
"Nós reconhecemos a influência de nossos jogadores. Nós respeitamos a
demonstração deles e os apoiamos 100%. Todas as vozes precisam ser ouvidas.
Esta é a democracia em sua maior forma", declarou o dono do Ravens, Steve
Bisciotti. Já o proprietário do Jaguars, Shad Khan, chegou a se ajoelhar ao
lado dos jogadores.
No último
sábado, Trump classificou como "falta de respeito" as manifestações
durante o hino nacional e pediu a demissão de jogadores que tomassem tal
atitude. O presidente norte-americano manteve o discurso neste domingo, através
do Twitter.
"Se
os fãs da NFL se recusarem a ir a jogos até que os jogadores parem de
desrespeitar nossa bandeira e nosso país, vocês verão uma mudança acontecer
rapidamente. Precisam ser demitidos ou suspensos. A audiência da NFL está
caindo. Porque são jogos entediantes, mas também porque as pessoas amam seu
país. A liga deveria apoiar os Estados Unidos", escreveu.
If NFL fans refuse to go to games until players stop disrespecting our Flag
& Country, you will see change take place fast. Fire or suspend!
— Donald J. Trump
(@realDonaldTrump) 24 de setembro de 2017
— Donald J. Trump
(@realDonaldTrump) 24 de setembro de 2017
Desde a
temporada passada, diversos jogadores da NFL têm se recusado a levantar para o
hino como forma de protesto principalmente pelo tratamento da polícia aos
negros no país, após diversos casos de abuso de poder que resultaram até em mortes.
A atitude foi encabeçada pelo então quarterback do San Francisco 49ers, Colin
Kaepernick, e rapidamente aderida por diversos jogadores, até em outros
esportes.
Presidente
dos Estados Unidos à época, Barack Obama considerou legítima a manifestação, enquanto
o então candidato Trump chegou a sugerir a Kaepernick "procurar outro
país" para morar.
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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