Entidades dizem que pode haver operação-padrão, aquartelamento e
suspensão de operações
A
mudança na estratégia do parcelamento de salários tende a tensionar a relação
entre o governo e os policiais no Rio Grande do Sul. Conforme a Abamf,
associação que representa os cabos e soldados da Brigada Militar, o limite de
R$ 1.750 líquidos na próxima sexta-feira vai representar o pagamento de nenhum
brigadiano. O salário médio inicial de um PM é de 3,5 salários mínimos no
ingresso da carreira.
A
exceção vale só para os policiais que já estejam com os vencimentos
comprometidos em folha. O presidente em exercício da Abamf, Solis Paim,
ressalta que a categoria está revoltada com a medida. ”Mais uma vez o
governo está deixando de cumprir a lei e querendo fazer média com um engodo.
Faz média com a sociedade, mas vai deixar 70, 80% da população sem pagamento”,
salienta.
Solis
ainda reclama do Judiciário, considerando que embora ações individuais e
coletivas impeçam o parcelamento, na prática, a medida é descumprida. Ele
ressalta que uma espécie de operação-padrão pode ser feita pelos PMs. Como os
militares não podem fazer greve, a tendência é pelo aquartelamento ou recusa em
saída dos quartéis em viaturas com problemas, como pneus velhos ou documentação
vencida.
Polícia
Civil pode suspender operações
Os
policiais civis também se dizem descontentes com a situação. A tendência é de
que toda a categoria receba os vencimentos somente a partir do dia 9, quando o
Estado passa a receber recursos do ICMS. Fábio Castro, dirigente da Ugeirm
Sindicato, enfatiza que a categoria tende a suspender a participação em
operações. “Vamos nos dedicar ao estritamente necessário. Também estamos
tentando buscar uma solução via Judiciário”, disse.
Na
sexta-feira, um protesto dos policiais civis e agentes penitenciários ocorre
durante a manhã em frente às secretarias da Segurança e da Fazenda. Parcela
significativa da Polícia Civil e da Susepe, onde os salários são maiores, vai
receber até o dia 11 ou somente no dia 17, quando está previsto o término do
calendário de parcelamento da folha de setembro. A medida ocorre porque o
governador determinou que os salários mais baixos sejam pagos prioritariamente.
Fonte: Samantha Klein | Rádio Guaíba
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