quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Policiais civis e militares não devem receber nada nesta sexta, dizem associações

Entidades dizem que pode haver operação-padrão, aquartelamento e suspensão de operações


A mudança na estratégia do parcelamento de salários tende a tensionar a relação entre o governo e os policiais no Rio Grande do Sul. Conforme a Abamf, associação que representa os cabos e soldados da Brigada Militar, o limite de R$ 1.750 líquidos na próxima sexta-feira vai representar o pagamento de nenhum brigadiano. O salário médio inicial de um PM é de 3,5 salários mínimos no ingresso da carreira.

A exceção vale só para os policiais que já estejam com os vencimentos comprometidos em folha. O presidente em exercício da Abamf, Solis Paim, ressalta que a categoria está revoltada com a medida. ”Mais uma vez o governo está deixando de cumprir a lei e querendo fazer média com um engodo. Faz média com a sociedade, mas vai deixar 70, 80% da população sem pagamento”, salienta.

Solis ainda reclama do Judiciário, considerando que embora ações individuais e coletivas impeçam o parcelamento, na prática, a medida é descumprida. Ele ressalta que uma espécie de operação-padrão pode ser feita pelos PMs. Como os militares não podem fazer greve, a tendência é pelo aquartelamento ou recusa em saída dos quartéis em viaturas com problemas, como pneus velhos ou documentação vencida.

Polícia Civil pode suspender operações

Os policiais civis também se dizem descontentes com a situação. A tendência é de que toda a categoria receba os vencimentos somente a partir do dia 9, quando o Estado passa a receber recursos do ICMS. Fábio Castro, dirigente da Ugeirm Sindicato, enfatiza que a categoria tende a suspender a participação em operações. “Vamos nos dedicar ao estritamente necessário. Também estamos tentando buscar uma solução via Judiciário”, disse.

Na sexta-feira, um protesto dos policiais civis e agentes penitenciários ocorre durante a manhã em frente às secretarias da Segurança e da Fazenda. Parcela significativa da Polícia Civil e da Susepe, onde os salários são maiores, vai receber até o dia 11 ou somente no dia 17, quando está previsto o término do calendário de parcelamento da folha de setembro. A medida ocorre porque o governador determinou que os salários mais baixos sejam pagos prioritariamente.


Fonte: Samantha Klein | Rádio Guaíba

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