Suposto líder
do grupo Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco foram
acusados por Janot
Moreira, Temer
e Padilha foram acusados por Janot e Eduardo Cunha está preso
Foto: Flickr do
PMDB Nacional / Divulgação / CP
Quatro
dos sete acusados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot de
integrarem o “quadrilhão” do PMDB - supostamente liderado pelo presidente da
República - estão atrás das grades. São eles: os ex-presidentes da Câmara
Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (pela
segunda vez) e o ex-assessor especial de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, o
“homem da mala da JBS”.
Houve um tempo em que os quatro
desfrutaram de poder e prestígio político em Brasília até que, ao longo do
último ano, foram tirados de circulação pela PF no bojo de operações distintas,
todas deflagradas para combater corrupção e lavagem de dinheiro - Lava Jato,
Manus, Pátmos e Tesouro Perdido.
Na denúncia que levou ao Supremo
Tribunal Federal na quinta-feira, contra Temer e seus aliados históricos, Janot
afirma que a liderança do “quadrilhão” era exercida pelo presidente. Também
fazem parte do grupo, segundo a acusação, os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República).
Todo o "quadrilhão" foi
denunciado por organização criminosa na última flechada de Janot, que encerra
seu segundo mandato neste domingo. Eduardo Cunha foi o primeiro integrante do
"quadrilhão" a ser capturado. Em 19 de outubro de 2016, por ordem do
juiz federal Sérgio Moro, o peemedebista foi preso na Asa Sul, em Brasília, e
levado a Curitiba.
O ex-deputado já foi condenado
por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas a 15
anos e 4 meses de prisão na Lava Jato. O peemedebista foi sentenciado em ação
penal sobre propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela
Petrobrás, em 2011. A prisão de outros dois protagonistas do
"quadrilhão" ocorreu em um período de três dias, este ano.
Em 3 de junho, Rodrigo Rocha
Loures, o "homem da mala da JBS", foi capturado preventivamente por
ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo. No dia 6, Henrique Alves foi levado
pela Polícia Federal, aos gritos de "ladrão" e "safado", na
Operação Manus por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a
construção da Arena das Dunas, em Natal.
Loures é o "homem da mala
preta". Em abril, a Polícia Federal filmou, em ação controlada autorizada
pela Corte, Loures saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria em São
Paulo. Na mão direita, uma mala recheada com R$ 500 mil em propinas da JBS.
A prisão de Loures foi
substituída, em 30 de junho, por uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento
domiciliar noturno (das 20 às 6 horas) e também aos sábados, domingos e
feriados. O homem da mala e Michel Temer foram denunciados pela
Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva em 26 de junho. A
acusação foi rejeitada pela Câmara dos Deputados em agosto.
Henrique Alves continua preso. O
ex-deputado é acusado de receber propina por meio de doações eleitorais
oficiais e não oficiais, entre 2012 e 2014, em troca de favorecimento a
empresas de construção civil, como a OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.
O peemedebista foi ministro do
Turismo do Governo Temer por pouco mais de um mês. Em junho do ano passado,
Henrique Alves deixou o cargo após ser citado na delação premiada do
ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, que declarou ter repassado ao
ex-deputado R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Henrique Alves também
foi ministro do Turismo de Dilma.
O último peemedebista do
"quadrilhão" a ser preso foi Geddel Vieira Lima. O ex-ministro de
Temer e Lula foi capturado duas vezes em dois meses por ordem juiz federal da
10ª Vara, Vallisney de Oliveira. Em 3 de julho, Geddel foi levado pela PF em
caráter preventivo por supostamente tentar atrapalhar as investigações da
Operação Cui Bono?. A ação investiga irregularidades cometidas na
vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o
período em que foi comandada pelo aliado de Temer.
Geddel
ficou preso pouco mais de 1 mês. Por ordem do desembargador Ney Bello, do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em 13 de julho, o peemedebista foi
mandado para casa. Sem tornozeleira eletrônica, porque o equipamento não estava
disponível na Bahia.
A prisão domiciliar de Geddel foi
encerrada em 8 de setembro. Três dias antes, a Polícia Federal havia encontrado
a fortuna de R$ 51 milhões em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador. O
dinheiro estava armazenado em caixas e malas dentro do bunker atribuído a
Geddel. Nas cédulas, a PF identificou as digitais do peemedebista. Geddel está
agora no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
O
"quadrilhão" do PMDB arrecadou R$ 587 milhões em propina, segundo a
denúncia de Janot. Valores teriam sido arrecadados na Petrobrás, em Furnas, na
Caixa Econômica Federal, no Ministério da Integração Nacional, no Ministério da
Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e na Câmara dos Deputados.
"Os crimes praticados pela
organização geraram prejuízo também aos cofres públicos. Nesse sentido, em
acórdão lavrado pelo TCU, estimou-se que a atuação cartelizada perante a
Petrobrás implicou prejuízos à estatal que podem ter chegado a R$ 29
bilhões", afirma o procurador-geral.
• O que
dizem os acusados
ESTADÃO
conteúdo
Correio
do Povo
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