terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Audiência relacionada ao Caso Odilaine é realizada em Três Passos


Audiência relacionada ao Caso Odilaine é realizada em Três Passos
   Análise da reconstituição do caso ainda não foi concluída/Foto: Arquivo/TP News

Uma audiência relacionada à morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo, foi realizada às 15 horas da tarde desta terça-feira, 2, no Fórum de Três Passos.

De acordo com o advogada da família Uglione, Marlon Taborda, tratou-se de uma Exceção de Suspeição Criminal em face de um perito do IGP, o médico legista Douglas Loma Pierola que atestou a morte de Odilaine como suicídio. Segundo o advogado, o legista se manifestou tendenciosamente e de forma ilegal, sem impulso oficial, o que fez para obstruir e impedir a reabertura das investigações, além de ter usado documentos oficiais sem autorização para tal.

Ainda de acordo com o advogado, o legista alegou que só assinou o laudo. Também que seu assistente se manifestou em rede social, após publicação de uma matéria sobre o caso pelo Três Passos News, que por dinheiro também prestaria depoimento como testemunha. O comentário foi, em seguida, excluído do Facebook, porém salvo por testemunhas.

Uma perícia particular, contratada pela família Uglione, havia afirmado que a autoria da carta atribuída à Odilaine não era dela. A análise reforça a tese de que a mãe do menino não tenha cometido suicídio, como concluiu um inquérito conduzido à época do ocorrido. Em maio de 2015, após a apresentação da perícia particular, a Justiça determinou a reabertura da investigação. A família de Odilaine sustenta que ela não se matou, mas que, na realidade, foi assassinada.

No final de fevereiro, expira o novo prazo de dois meses concedido pela Justiça à Polícia Civil para a conclusão do inquérito que procura esclarecer a morte da mãe do menino. A análise da reconstituição do caso, realizada no dia 16 de dezembro,ainda não foi concluída.

Apesar de reiterar que a carta partiu do punho de Odilaine, o IGP manteve a incerteza referente à autoria do disparo. Conforme a simulação, o tiro que a matou pode ter sido disparado por Odilaine ou por uma segunda pessoa.

O IGP também analisou o material encontrado sob as unhas da mulher que havia sido coletado no dia da morte, em 10 de fevereiro de 2010, e o comparou com o DNA fornecido por Boldrini, então marido de Odilaine. Neste caso, a análise também não foi conclusiva para indicar se houve, por exemplo, uma luta corporal.

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.

Entenda o Caso Bernardo

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e irão a julgamento.


Fonte: Três Passos News

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