Análise da reconstituição do caso ainda não foi
concluída/Foto: Arquivo/TP News
Uma
audiência relacionada à morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo, foi
realizada às 15 horas da tarde desta terça-feira, 2, no Fórum de Três Passos.
De
acordo com o advogada da família Uglione, Marlon Taborda, tratou-se de uma
Exceção de Suspeição Criminal em face de um perito do IGP, o médico legista
Douglas Loma Pierola que atestou a morte de Odilaine como suicídio. Segundo o
advogado, o legista se manifestou
tendenciosamente e de forma ilegal, sem
impulso oficial, o que fez para obstruir e impedir a reabertura das
investigações, além de ter usado documentos oficiais sem autorização para tal.
Ainda
de acordo com o advogado, o legista alegou
que só assinou o laudo. Também que seu assistente se manifestou em rede social, após
publicação de uma matéria sobre o caso pelo Três Passos News, que por dinheiro
também prestaria depoimento como testemunha. O comentário foi, em seguida,
excluído do Facebook, porém salvo por testemunhas.
Uma
perícia particular, contratada pela família Uglione, havia afirmado que a
autoria da carta atribuída à Odilaine não era dela. A análise reforça a tese de
que a mãe do menino não tenha cometido suicídio, como concluiu um inquérito
conduzido à época do ocorrido. Em maio de 2015, após a apresentação da perícia
particular, a Justiça determinou a reabertura da investigação. A família de
Odilaine sustenta que ela não se matou, mas que, na realidade, foi assassinada.
No
final de fevereiro, expira o novo prazo de dois meses concedido pela Justiça à
Polícia Civil para a conclusão do inquérito que procura esclarecer a morte da
mãe do menino. A análise da reconstituição do caso, realizada no
dia 16 de dezembro,ainda não foi
concluída.
Apesar
de reiterar que a carta partiu do punho de Odilaine, o IGP manteve a incerteza
referente à autoria do disparo. Conforme a simulação, o tiro que a matou pode
ter sido disparado por Odilaine ou por uma segunda pessoa.
O IGP
também analisou o material encontrado sob as unhas da mulher que havia sido
coletado no dia da morte, em 10 de fevereiro de 2010, e o comparou com o DNA
fornecido por Boldrini, então marido de Odilaine. Neste caso, a análise também
não foi conclusiva para indicar se houve, por exemplo, uma luta corporal.
Entenda
o Caso Odilaine
Conforme
a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de
Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito
policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à
clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do
médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de
Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala
de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da
pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a
defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da
mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local
da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e
lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na
mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini,
uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte
do garoto, que configuraria um fato novo.
Entenda
o Caso Bernardo
Bernardo
Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos.
Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico
Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram
presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira
pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de
Edelvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os
quatro foram indiciados e irão a julgamento.
Fonte:
Três Passos News
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