sábado, 17 de janeiro de 2015

Pelotas: Na zona do Porto, homem é morto após ser linchado

Caso aconteceu às 4h30min desta madrugada, quase na esquina entre as ruas General Osório e Conde de Porto Alegre

Corpo do homem morto após ser linchado na zona do Porto na madrugada desta sexta-feira; ao fundo, no asfalto, poça de sangue (Foto: Michel Farias)


Por: Igor de Campos

Um homem foi morto na madrugada de sexta-feira (16) após ser linchado por populares na zona do Porto, em Pelotas. Etiel Azevedo Rosa, 24 anos, foi encontrado amarrado e sem roupas pela Brigada Militar. Ele já tinha passagens pela polícia por furto, assalto e desacato.

De acordo com informações da Brigada Militar, por volta das 4h30min, quase na esquina das ruas General Osório e Conde de Porto Alegre, a vítima teria assaltado uma mulher e tentado estuprar uma delas. Elas teriam ido até um bar pedir socorro. Os frequentadores do estabelecimento teriam então procurado a vítima em carros e motos. Ao encontrá-lo, foi amarrado, despido e espancado até a morte.  

Ao chegar no local da ocorrência, por volta das 6h, policiais da Brigada Militar encontraram o homem sangrando muito pela boca e pelo nariz. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas apenas atestou o óbito da vítima.

Nenhum dos moradores das imediações do crime aceitou prestar depoimento ou servir como testemunha do caso. O corpo está no Departamento Médico Legasl (DML). Ele é negro e aparenta ter entre 25 a 30 anos.
A investigação do caso fica a cargo da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil.

Impacto

Os moradores da região onde o crime foi cometido estão assustados. Alguns temem até sofrer algum tipo de represália, apesar de não terem relação com o linchamento. Uma moradora que não quis se identificar disse que se acordou com os gritos na rua. Ela e praticamente toda a família. Disse ainda que teve dificuldades para conter os adolescentes da casa, que desejavam filmar o ataque.

"Nunca tinha visto algo assim. Parecia dispersão de carnaval", disse Ânderson Gouveia, um dos poucos moradoras da região que se identificou. Vizinho de Gouveia, um homem que se apresentou à reportagem apenas como Mesquita, disse que foi acordado por volta das 4h: "Era muito barulho, gente correndo, jogando pedras, paus, barulho de garrafas se quebrando - infelizmente esta zona está muito perigosa, não tem iluminação nem policiamento."

Assustada, uma idosa de 72 anos que se identificou apenas como Júlia, também se queixou da sensação de insegurança da região onde mora: "Está muito perigosa, não tem luz, raramente se vê polícia por aqui, nos últimos tempos chegou gente de todos os lados e virou terra de ninguém." (com informações adicionais de Michel Farias).

Fonte: DIÁRIO POPULAR

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