Caso aconteceu às 4h30min desta madrugada, quase na esquina
entre as ruas General Osório e Conde de Porto Alegre
Corpo do homem morto após ser linchado na
zona do Porto na madrugada desta sexta-feira; ao fundo, no asfalto, poça de
sangue (Foto: Michel Farias)
Por: Igor
de Campos
Um homem foi morto na madrugada de sexta-feira (16) após ser
linchado por populares na zona do Porto, em Pelotas. Etiel Azevedo Rosa, 24 anos, foi encontrado amarrado e
sem roupas pela Brigada Militar. Ele já tinha passagens pela polícia por furto,
assalto e desacato.
De acordo com informações da Brigada Militar, por volta das
4h30min, quase na esquina das ruas General Osório e Conde de Porto Alegre, a
vítima teria assaltado uma mulher e tentado estuprar uma delas. Elas teriam ido
até um bar pedir socorro. Os frequentadores do estabelecimento teriam então
procurado a vítima em carros e motos. Ao encontrá-lo, foi amarrado, despido e
espancado até a morte.
Ao chegar no local da ocorrência, por volta das 6h, policiais da
Brigada Militar encontraram o homem sangrando muito pela boca e pelo nariz. O
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas
apenas atestou o óbito da vítima.
Nenhum dos moradores das imediações do crime aceitou prestar
depoimento ou servir como testemunha do caso. O corpo está no Departamento
Médico Legasl (DML). Ele é negro e aparenta ter entre 25 a 30 anos.
A
investigação do caso fica a cargo da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil.
Impacto
Os moradores da região onde o crime foi cometido estão
assustados. Alguns temem até sofrer algum tipo de represália, apesar de não
terem relação com o linchamento. Uma moradora que não quis se identificar disse
que se acordou com os gritos na rua. Ela e praticamente toda a família. Disse
ainda que teve dificuldades para conter os adolescentes da casa, que desejavam
filmar o ataque.
"Nunca tinha visto algo assim. Parecia dispersão de
carnaval", disse Ânderson Gouveia, um dos poucos moradoras da região que
se identificou. Vizinho de Gouveia, um homem que se apresentou à reportagem
apenas como Mesquita, disse que foi acordado por volta das 4h: "Era muito
barulho, gente correndo, jogando pedras, paus, barulho de garrafas se quebrando
- infelizmente esta zona está muito perigosa, não tem iluminação nem
policiamento."
Assustada, uma idosa de 72 anos que se identificou apenas como
Júlia, também se queixou da sensação de insegurança da região onde mora:
"Está muito perigosa, não tem luz, raramente se vê polícia por aqui, nos
últimos tempos chegou gente de todos os lados e virou terra de ninguém."
(com informações adicionais de Michel Farias).
Fonte: DIÁRIO POPULAR
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