Os parreiras de Rafael Dalegrave, que ocupam cerca de seis hectares, foram atingidos no último temporal.Foto: Maicon Damasceno
Os prejuízos do temporal que caiu na
última semana na Serra estão sendo maximizados pela burocracia que os
agricultores estão enfrentando para receber o dinheiro do seguro
contratado. A luta dos produtores, porém, é mais antiga.
Em dezembro do ano passado, uma forte chuva de granizo prejudicou pelo menos 300 plantações da Serra, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua. Agora, quase um ano após o incidente, alguns agricultores que possuem seguro ainda não receberam a indenização.
Em dezembro do ano passado, uma forte chuva de granizo prejudicou pelo menos 300 plantações da Serra, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua. Agora, quase um ano após o incidente, alguns agricultores que possuem seguro ainda não receberam a indenização.
— É complicada essa situação, pois o
agricultor não atrasa os seus compromissos —destaca Olir Schiavenin, presidente
da Comissão Interestadual da Uva e também do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Flores da Cunha e Nova Pádua.
Essa demora no recebimento, alegam as
seguradoras, ocorre em função do governo. Isso porque, 60% do seguro agrícola é
subsidiado pelo poder público.
— O governo não paga todas as
indenizações de uma só vez, então quando ocorre um volume grande de sinistros
falta verba no caixa das seguradoras — explica André Moschen, da corretora
de seguros Moschen, que presta serviços para a seguradora Nobre e para a
operadora de seguros AgroBrasil.
Se o granizo de quase um ano atrás
prejudicou principalmente os produtores de uva de Flores da Cunha, os
principais atingidos pelo temporal mais recente foram os agricultores da
localidade de Forqueta. Na propriedade de 18 hectares da família de Rafael
Dalegrave, 35 anos, os rastros do vendaval e do granizo estão por toda a parte.
As parreiras, que ocupam cerca de seis
hectares, foram os mais atingidos. Essa é também a única parte da propriedade
que está coberta por seguro, o que custa para as contas da família cerca de R$
3.500 por ano.
A indenização que será paga pela seguradora,
porém, vem causando dor de cabeça para a família Dalegrave. Segundo Rafael, o
orçamento da primeira vistoria corresponde a cerca de 40% do que a produção
valeria.
— Perdemos um ano inteiro de trabalho
e eles orçaram, na vistoria, somente alguns frutos, sendo que no contrato está
incluído também os ramos. Não vou mais fazer seguro, porque quando acontece a
tragédia a gente acaba não ganhando nada — destaca ele, que acrescenta que
solicitou uma nova vistoria, já agendada para o final desta semana.
Fonte:
PIONEIRO
07/11/2012 | 06h03
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