segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Criciúma: Cinco adolescentes assassinos à solta

     Dos 45 homicídios registrados este ano em Criciúma, pelo menos oito foram confessados por adolescentes. Cinco deles compareceram na delegacia e detalharam os assassinatos.

     Um afirmou já ter matado três, outro, de ter executado dois.

     Muitos dos garotos são "aliciados" por maiores para cobrar dívidas com a vida, se vingar e consequentemente se livrar da prisão, que pode chegar a 30 anos para um adulto.

     A maioria tem envolvimento com o tráfico de drogas. Alguns dos adolescentes já possuem diversas passagens policiais, dentre elas, mais de um crime contra a vida.

     A reportagem do jornal A Tribuna, tenta há uma semana contado com o juiz da Vara de Infância e Juventude do Fórum de Criciúma, mas sem sucesso.

Falta de vagas não é problema

     A falta de vagas nas unidades que acolhem menores em conflito com e Lei está descartada. No Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Criciúma, por exemplo, na noite de ontem, 17 garotos estavam cumprindo medida socioeducativa.

     O local tem capacidade para 20. Mesmo tendo apenas três vagas disponíveis, outras unidades espalhadas pelo Estado podem servir para acolher os adolescentes.

     O titular da Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso da cidade, delegado Márcio Campos Neves, conta que o pedido de apreensão seguida de internação no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) já foram solicitados e todos os casos, estão concluídos.

Ausência de testemunhas prejudica 

     Neves acredita que elementos que comprovem a autoria talvez sejam um dos motivos para a liberdade dos acusados.

     "O que acaba prejudicando é a ausência de testemunhas. As pessoas sabem, viram, possuem relatos importantes, mas não formalizam por medo de represália. Isso no Poder Judiciário acaba faltando elementos para acatar a internação. Gera esta impressão, mas o trabalho da Polícia Civil está concluído", ressalta a autoridade policial.


     O titular da delegacia especializada também aponta como uma das causas, de modo geral e em nível nacional, a falta de mobilização popular cobrando do Judiciário a punição dos autores.

     "A população tem que reivindicar, ir atrás, se mobilizar, que dá resultado. Falta clamor social", acrescenta Neves.

Fonte: Talise Freitas / A TRIBUNA
segunda | 12/11/2012 07:57:00

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