segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A face gaúcha da miséria: cidade de Redentora reflete extrema pobreza da população indígena


Em dia gelado, família de Jurema Fung tenta se aquecer na casa de fogo - Tadeu Vilani / Agencia RBS


     No segundo dia da série sobre o perfil da indigência no Estado, Zero Hora mostra como, no Rio Grande do Sul, ser índio significa quase o mesmo que ser pobre.

     Em 5 de julho, quando o Rio Grande do Sul atravessava a maior onda de frio da década, crianças caingangues de Redentora, no norte do Estado, chegaram à escola descalças e de camiseta. Fazia perto de 0°C, e elas não tinham com o que se agasalhar. As aulas foram suspensas, até a temperatura subir.
     Redentora é a cidade gaúcha com maior número de índios. São 4 mil, o equivalente a 39,45% da população local. Redentora abriga também a maior proporção de pessoas em situação de extrema pobreza entre os 496 municípios do Estado. 
     Passam o mês com menos de R$ 70, critério para definir a miséria, 29,75% dos moradores. A dupla liderança não tem nada de coincidência. No Rio Grande do Sul, ser índio e ser muito pobre é quase a mesma coisa. Conforme dados do Censo 2010, a chance de um indígena estar na miséria é 10 vezes maior do que a de um não-indígena.
     — Todos os guaranis se encaixam nesse perfil, com raras exceções. Entre os caingangues, é um pouco menos — afirma João Maurício Farias, assistente-técnico da regional litoral sul da Fundação Nacional do Índio (Funai).
     Quando Redentora cancelou as aulas porque as crianças estavam passando frio, a consequência foi que, em vez de congelar na escola, elas foram congelar nas aldeias.

>>>Leia a reportagem completa na Zero Hora desta segunda-feira
Assista ao segundo vídeo da série
"A face da miséria indígena", em Redentora:


 

 Fonte: ZERO HORA

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