João Fernandes e Simone se conheceram no Dia dos Pais e no aniversário dele - Daniel Conzi / Agencia RBS
Há 40 anos, João Fernandes abandonou a filha recém-nascida. No mês passado, falando ao DC, admitiu: estava arrependido e disposto a pedir desculpas. No domingo, Dia dos Pais, a história teve final feliz.
Em 14 de julho, o Diário Catarinense contou a história de João Fernandes, um homem de 64 anos que estava à procura da filha. No domingo, esse encontro aconteceu. A vida boêmia e a inconsequência juvenil levaram o homem a abandonar a menina recém-nascida em 1972. O último contato com a mãe da criança foi quando a menina tinha 18 anos. Neste dia, mais uma vez, João escolheu a rejeição.
O tempo passou e João resolveu que queria ter o perdão da filha. A partir daí, começou a busca para reparar o erro cometido há quase 40 anos. Para chegar à menina — hoje uma mulher de 39 anos — ele sabia apenas o primeiro nome: Simone.
João procurou o DC por um e-mail e sua história foi publicada. Simone leu a reportagem e viu o vídeo com o depoimento do pai no diario.com.br. Dona Bernadete, mãe da moça, confirmou: era mesmo o João. Simone, comercianteem São José , onde nasceu e sempre viveu, escolheu o Dia dos Pais para o encontro. Na manhã de domingo, a ausência terminou num longo abraço na casa de João em Mandirituba, cidade da Grande Curitiba.
Parada num posto de gasolina às margens da BR-116 em Mandirituba, minutos antes do horário marcado para encontrar o pai, Simone pensou em desistir e pediu para ir embora. Estava insegura e com medo. O marido, a mãe e as duas tias a acompanharam na viagem.
— Por pouco não desisti de tudo ali mesmo. Mas eles não deixaram.
Na casa, João Fernandes, o homem de coração frágil que tem medo de morrer por causa de problemas cardíacos, era só ansiedade. Andava de um lado para o outro. O rosto revelava a noite mal dormida.
— Até vocês vieram (disse ao ver o carro da reportagem). Tão querendo me aprontar alguma, né? — brincou, desconfiado.
Reencontro
À espera terminou às 10h25min. Metros antes dos braços se encontrarem, os olhos já derramavam as lágrimas da catarse que afogou a insegurança dela e a ansiedade dele.
— Perdão, minha filha, perdão, minha filha, perdão filha — repetia o pai.
— Eu perdoo — respondeu a filha.
Simone fora rejeitada pelo pai duas vezes. Na segunda, implorou para a mãe procurá-lo. Queria apenas conhecê-lo. Pedia apenas pela realização de um sonho. Bernadete fez contato com o antigo namorado, mas recebeu a negativa. Foi quando as duas decidiram esquecer o assunto.
— Nunca guardei mágoa. Apenas decidi parar de procurá-lo. Mesmo assim, às vezes, pensava em como ele seria. Sempre achei que eu era parecida com ele, porque não me pareço com ninguém da minha família.
Em 14 de julho, o Diário Catarinense contou a história de João Fernandes, um homem de 64 anos que estava à procura da filha. No domingo, esse encontro aconteceu. A vida boêmia e a inconsequência juvenil levaram o homem a abandonar a menina recém-nascida em 1972. O último contato com a mãe da criança foi quando a menina tinha 18 anos. Neste dia, mais uma vez, João escolheu a rejeição.
O tempo passou e João resolveu que queria ter o perdão da filha. A partir daí, começou a busca para reparar o erro cometido há quase 40 anos. Para chegar à menina — hoje uma mulher de 39 anos — ele sabia apenas o primeiro nome: Simone.
João procurou o DC por um e-mail e sua história foi publicada. Simone leu a reportagem e viu o vídeo com o depoimento do pai no diario.com.br. Dona Bernadete, mãe da moça, confirmou: era mesmo o João. Simone, comerciante
Parada num posto de gasolina às margens da BR-116 em Mandirituba, minutos antes do horário marcado para encontrar o pai, Simone pensou em desistir e pediu para ir embora. Estava insegura e com medo. O marido, a mãe e as duas tias a acompanharam na viagem.
— Por pouco não desisti de tudo ali mesmo. Mas eles não deixaram.
Na casa, João Fernandes, o homem de coração frágil que tem medo de morrer por causa de problemas cardíacos, era só ansiedade. Andava de um lado para o outro. O rosto revelava a noite mal dormida.
— Até vocês vieram (disse ao ver o carro da reportagem). Tão querendo me aprontar alguma, né? — brincou, desconfiado.
Reencontro
À espera terminou às 10h25min. Metros antes dos braços se encontrarem, os olhos já derramavam as lágrimas da catarse que afogou a insegurança dela e a ansiedade dele.
— Perdão, minha filha, perdão, minha filha, perdão filha — repetia o pai.
— Eu perdoo — respondeu a filha.
Simone fora rejeitada pelo pai duas vezes. Na segunda, implorou para a mãe procurá-lo. Queria apenas conhecê-lo. Pedia apenas pela realização de um sonho. Bernadete fez contato com o antigo namorado, mas recebeu a negativa. Foi quando as duas decidiram esquecer o assunto.
— Nunca guardei mágoa. Apenas decidi parar de procurá-lo. Mesmo assim, às vezes, pensava em como ele seria. Sempre achei que eu era parecida com ele, porque não me pareço com ninguém da minha família.
Veja como foi o reencontro:
Terceira chance
Simone estava certa. Bastava olhar para os dois para perceber a enorme semelhança. Segundo a comerciante, o reconhecimento do egoísmo, das escolhas erradas e as palavras de agradecimento a Bernadete pela força de criar a menina sozinha foram decisivos para dar uma terceira chance ao pai.
Atualmente, João está aposentado e complementa a renda familiar vendendo espetinhos de carne no Centro de Mandirituba. A atividade rendeu ao homem o apelido de Gordo do Espetinho. Para celebrar a reconciliação, o Gordo usou as habilidades do ofício e fez um churrasco.
— Foi o melhor presente que eu poderia ganhar na vida no meu aniversário e de Dia dos Pais. Agora posso morrer sossegado.
Na tarde de domingo, uma pequena divagação de João Fernandes, durante a primeira entrevista em julho, se concretizou. Conhecer a filha no Dia dos Pais e recebê-la como um presente de aniversário. Domingo, o Gordo do Espetinho também completou 65 anos.
Simone estava certa. Bastava olhar para os dois para perceber a enorme semelhança. Segundo a comerciante, o reconhecimento do egoísmo, das escolhas erradas e as palavras de agradecimento a Bernadete pela força de criar a menina sozinha foram decisivos para dar uma terceira chance ao pai.
Atualmente, João está aposentado e complementa a renda familiar vendendo espetinhos de carne no Centro de Mandirituba. A atividade rendeu ao homem o apelido de Gordo do Espetinho. Para celebrar a reconciliação, o Gordo usou as habilidades do ofício e fez um churrasco.
— Foi o melhor presente que eu poderia ganhar na vida no meu aniversário e de Dia dos Pais. Agora posso morrer sossegado.
Na tarde de domingo, uma pequena divagação de João Fernandes, durante a primeira entrevista em julho, se concretizou. Conhecer a filha no Dia dos Pais e recebê-la como um presente de aniversário. Domingo, o Gordo do Espetinho também completou 65 anos.
Bernadete sofreu preconceito por ser mãe solteira
Determinação da mãe
Maior do que a vontade de João Fernandes de procurar a filha foi a determinação de Bernadete Laurentina da Silvaem criar Simone. Vinda de uma família conservadora, a costureira enfrentou preconceitos e discriminação para dar um futuro para a menina. Além de costureira, Bernadete estudava à noite e formou-se em Filosofia na UFSC.
— "Ela é mãe solteira, mulher da vida. Não conseguiu segurar o pai". Era isso o que as pessoas me falavam.
O reconhecimento de João, mesmo que tardio, ajudou a esclarecer a história.
— Por isso, esse momento foi uma vitória para mim.
Margarida Fogaça, a atual mulher de João, foi a terceira protagonista desta história. Ao saber do remorso do marido, ela incentivou toda a procura. Foi ela quem mandou o e-mail para o DC.
— Isso vai trazer paz para todos — finalizou.
Maior do que a vontade de João Fernandes de procurar a filha foi a determinação de Bernadete Laurentina da Silva
— "Ela é mãe solteira, mulher da vida. Não conseguiu segurar o pai". Era isso o que as pessoas me falavam.
O reconhecimento de João, mesmo que tardio, ajudou a esclarecer a história.
— Por isso, esse momento foi uma vitória para mim.
Margarida Fogaça, a atual mulher de João, foi a terceira protagonista desta história. Ao saber do remorso do marido, ela incentivou toda a procura. Foi ela quem mandou o e-mail para o DC.
— Isso vai trazer paz para todos — finalizou.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
o joao fernandes é meu tio e merece o q aconteceu com ele. eu tbem não o vejo mais de 10 anos. q ele seja muito feliz agora, e foi bom ter conhecido a minha nova prima, mesmo q pelo video. sabrina fernandes
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